A Santa Casa da Misericórdia de Mêda (SCMM), é uma associação pública de fiéis, constituída na ordem jurídica canónica,
tem personalidade jurídica civil e está reconhecida como instituição particular de solidariedade social inscrita no livro das Irmandades das Misericórdias sob o n.º 60/82 fls. 74 e 74 verso, e surgiu com o objectivo de satisfazer as carências sociais e praticar actos de culto católico, a sua fundação data de 20 de Agosto de 1926. Segundo a Mesa da Provedoria, presidida por Anselmo Sousa, a instituição tem “uma história curta, com altos e baixos, como todas as histórias destas instituições” e hoje “é uma instituição com uma vida activa e está muito florescente”. A SCMM possui um Lar de Terceira Idade com valência de acamados, com capacidade para mais de 100 utentes, um Centro de Dia (com 16 utentes) com Apoio Domiciliário (30 utentes, também abrangendo a localidade de Longroiva), apoia Cantinas Sociais e possui a valência de ATL – Actividade de Tempos Livres (50 crianças) e está “sempre vocacionada e pronta a debruçar-se sobre toda e qualquer carência social”.
A constituição da SCMM como associação e a aprovação dos primeiros estatutos datam de 29 de Abril de 1929. Da primeira comissão nomeada a fim de organizar os estatutos pelos quais passaria a reger-se a Santa Casa da Misericórdia de Mêda, fizeram parte Artur Augusto Pereira de Faria como presidente, Luís Maria Tavares de Albuquerque que desempenhou o cargo de vice-presidente, o secretário Ivon Augusto do Santo Brandão, o tesoureiro Álvaro Gomes dos Santos e Artur de Jesus Tomé, como vogal. “Existia a trabalhar em paralelo com a Misericórdia a Casa dos Pobres, à frente da qual se encontrava, entre outros, o Dr. Augusto César de Carvalho. Os primeiros e únicos estatutos Casa dos Pobres datam de 22 de Setembro de 1949, foram aprovados por despacho de 22/09/1949 do Subsecretário de Estado da Assistência Social, e publicados no Diário do Governo 240/2.ª série de 15/10/1949. Aqui funcionava a sopa dos pobres, albergue para velhos e inválidos e um centro materno-infantil”, é recordado. Em 1961 por despacho de 22 de Março do Ministro da Saúde e Assistência e publicação no Diário do Governo n.º 77 2.ª série de 3 de Abril de 1961, deu-se a integração da chamada Casa dos Pobres na Misericórdia. A 6 de Maio de 1961 a direcção da Casa dos Pobres fez a entrega de todos os bens à direcção da Santa Casa da Misericórdia.
A Santa Casa da Misericórdia teve como primeiro Provedor Luís Tavares Albuquerque, natural da freguesia da Coriscada. O seu mandato estendeu-se até 11 de Março de 1941, seguindo-se no desempenho das mesmas funções, Fernando Augusto Alonso, que se manteve à frente dos destinos da Misericórdia até 3 de Junho de 1957, sendo substituído, por António Augusto de Carvalho, que estendeu o seu mandato até 4 de Fevereiro de 1962, seguiu-se Claudino Soares Rebelo, Provedor até 19 de Fevereiro de 1967, dando lugar a Adriano da Assunção que esteve à frente da Misericórdia até 29 de Setembro de 1974. “Nesta altura desponta no horizonte da vida da Misericórdia, o Padre Urbelino dos Santos Martins Pinto, que com uma visão clara da panorâmica das Misericórdias, soube imprimir um certo dinamismo e calor humano a esta obra que hoje é grandiosa e querida das gentes da Mêda, que a acarinham e respeitam como empreendimento mais valioso do concelho, dedicando-se por inteiro à Instituição até ao dia 21 de Março do ano de 1999”, é também referido.
Nesse mesmo dia foi empossada uma nova direcção e a Mesa Administrativa passou a ser presidida por Anselmo Antunes de Sousa, que foi reconduzido no cargo, no dia 10 de Janeiro de 2014.