Entrevista: Maria Cabral Fernandes – membro do Grupo de Jovens Kaire Ictus
Maria Cabral Fernandes é natural da Guarda e faz parte do Grupo de Jovens Kaire Ictus, um grupo de jovens católicos da Guarda.
Estudou na Guarda, até ao 12.º ano e em Lisboa fez licenciatura e mestrado em Direito.
Nos tempos livres gosta de passar tempo de qualidade com a família e amigos e, claro, com o grupo de jovens.
A GUARDA: O que é e como nasceu o Grupo de Jovens Kaire Ictus?
Maria Fernandes: O grupo de jovens Kaire Ictus é um grupo de jovens católico, que tem como principal missão aproximar os jovens da fé e da Igreja, através da dinamização de encontros e actividades. O nosso grupo nasceu no final do ano de 2018, através do desafio que foi lançado a alguns jovens, pelo Pe. Henrique Santos, pároco na paróquia de S. Miguel, para que fosse criado um grupo de jovens na paróquia, tendo em conta que se sentia um grande afastamento dos jovens em relação à Igreja, assim que terminavam o seu percurso na catequese. Este foi o mote para a criação do nosso grupo que, a partir daí, foi crescendo com a entrada de novos membros, não só pertencentes à paróquia de S. Miguel, mas também a outras paróquias da cidade da Guarda e até mesmo de fora da cidade.
A GUARDA: Quem faz e pode fazer parte deste Grupo?
Maria Fernandes: O grupo é composto por um conjunto de jovens com idades variadas, que têm em comum esta vontade de expressar e cultivar a fé em conjunto, de se encontrarem para debater temas, para participar em actividades, organizadas pelo grupo, mas também por outros movimentos, grupos, etc. Acima de tudo, jovens que querem ser Igreja.
Neste seguimento, podem fazer parte do grupo todos os jovens que partilhem estes propósitos e que estejam dispostos a ser Igreja.
A GUARDA: Num primeiro impacto, ‘Kaire Ictus’ parece um nome pouco comum e pouco apelativo para os jovens. Que critérios estiveram na base desta escolha?
Maria Fernandes: Efectivamente, quando olhamos para o nome do grupo podemos achar que não é um nome apelativo para jovens. Não obstante, as palavras que compõem o nosso nome são palavras com um grande significado e que acabam por nos representar enquanto grupo de jovens católicos. Muito sinteticamente, “Kaire” é uma palavra que significa “alegria” ou “alegra-te”. Era o termo exacto do Evangelho para descrever a saudação do anjo Gabriel a Maria, no momento da anunciação, depois traduzido para “Avé”.
Já ICTUS é um nome grego que significa peixe, mas ao mesmo tempo um acróstico que permite formar esta expressão de fé: “Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador”, que os primeiros cristãos utilizavam, em tempos de perseguição.
Na verdade, no momento em que procurámos um nome para o nosso grupo, estes dois foram opções colocadas em cima da mesa. Perante alguma indecisão, acabámos por considerar que podíamos juntar as duas palavras, expectando que este nome “kaire Ictus” nos represente como jovens alegres que seguem Jesus.
A GUARDA: O que é que distingue os jovens que fazem parte do vosso grupo, dos outros jovens?
Maria Fernandes: Somos jovens como os outros e, por isso, é difícil dizer que nos distinguimos de outros jovens. Sinto sim, que partilhamos com alegria este amor por Jesus e, como já referi, um enorme gosto em ser Igreja.
A GUARDA: Quais as principais actividades que o grupo organiza ao longo do ano?
Maria Fernandes: Em primeiro lugar, importa dizer que o nosso grupo, sendo fundamentalmente composto por jovens universitários, que não estudam na Guarda, acaba por não ter um calendário de actividades fixo. Ainda assim, procuramos organizar reuniões, orações e convívios de forma regular e também participar nas actividades diocesanas, sendo que, muitas delas, são, actualmente, direccionadas à preparação para as Jornadas Mundiais da Juventude 2023. De qualquer maneira, partilhamos com os outros aquilo em que estamos envolvidos, através das nossas redes sociais.
A GUARDA: Os símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude estão na Diocese da Guarda, ao longo deste mês. É um momento importante para os jovens da DiocesMaria Fernandes: É um momento importantíssimo para os jovens da diocese, por várias razões. Em primeiro lugar, por ser mais um passo na preparação para as Jornadas Mundiais da Juventude 2023, um momento muito propício para que os jovens tomem conhecimento daquilo que são as jornadas e de tudo o que as JMJ envolvem e para que se “ponham a caminho” e queiram participar na JMJ. Em segundo lugar, é um momento importante pelo significado dos símbolos das jornadas: esperança, paz e evangelização.
A GUARDA: Os jovens da Guarda estão motivados para a JMJ 2023 ou nem por isso?
Maria Fernandes: Parece-me que os jovens da Guarda têm demonstrado interesse pelo tema JMJ 2023. Claro que, há muito caminho a fazer e temos de conseguir que de forma mais expressiva os jovens da diocese se envolvam na preparação para as jornadas e estejam conscientes deste grande evento que o nosso país se prepara para receber pela primeira vez e que é, nada mais nada menos, do que o maior encontro de jovens de todo o mundo com o Papa.
Ainda assim, temos notado grande curiosidade por parte dos jovens, o que acabou por se reflectir na enorme adesão que teve a festa de acolhimento aos símbolos da JMJ na diocese da Guarda no passado sábado dia 5 de Março. Foi muito bom e significativo o número de jovens que estiveram na recepção e concerto na Praça Velha, bem como a maneira como a Sé Catedral se encheu de jovens para a Eucaristia de acolhimento e vigília.
A GUARDA: De que maneira é que o vosso grupo pretende ser porta de entrada e abrigo neste evento que congrega jovens de todo o Mundo?
Maria Fernandes: O nosso grupo, enquanto grupo de jovens da diocese da Guarda, pretende, em primeiro lugar, ser difusor de informações relativas a este evento, através de um contacto directo com os jovens da diocese, quer pessoal, quer através das nossas redes sociais. Procuramos fazer com que jovens da diocese da Guarda se conectem com a Jornada Mundial da Juventude, e sermos, assim, porta de entrada para este evento.
Além disso, procuraremos continuar a dinamizar a caminhada diocesana até 2023 em estreita ligação com o Comité Organizador Diocesano, apoiando todas as iniciativas que surjam, em particular, apoiando a preparação da diocese para os “dias na diocese”, também conhecidos como “pré-jornada”, que consistem num encontro, que antecede a semana das jornadas e que passa pela integração dos jovens vindos de todo o mundo nas comunidades paroquiais. Naturalmente, a diocese da Guarda terá um importante papel nesta integração dos jovens peregrinos que venham às Jornadas e o grupo de jovens Kaire Ictus está pronto para ajudar a acolher estes peregrinos e ser assim porta de entrada e abrigo neste evento, que tanto ansiamos por viver no próximo ano, no nosso país.