Comércio Tradicional
Isabel Horta, de 40 anos, é a proprietária da loja “Farrapinhas de Algodão”, que vende todo o género de materiais para artes decorativas. O estabelecimento, que abriu as portas em Dezembro de 2013, está localizado no Largo de São João, na Loja n.º 8 do edifício do Centro Comercial Garden, na cidade da Guarda. A proprietária contou ao Jornal A Guarda que trabalha há já muitos anos com os materiais que comercializa e que decidiu abrir a loja e estabelecer-se por conta própria “para divulgar esta área que é muito bonita e permite fazer coisas extraordinárias e personalizadas”.
O estabelecimento vende tintas para tecido, acrílicas, madeiras, feltros, guardanapos, découpages em geral, evas, todo o tipo de material para scrapbooking (arte de organizar fotos e recordações em álbuns), tintas 3D, vernizes, papéis, etc. “Quem se dedica às artes decorativas encontra aqui os materiais necessários e, se não tiver na loja, mando vir o que for necessário”, disse a comerciante.
Isabel Horta também faz todo o tipo de técnicas que disponibiliza na sua loja e recebe encomendas dos clientes. “Aqui na loja nunca estou parada. Quando não atendo as pessoas, estou a fazer manualidades”, disse. A empresária, que é formadora credenciada na área, está a ponderar dar formações sobre o material já existente no mercado e que tem na loja, e o que vai apreendendo de novo.
“Os clientes são de todo o lado, mas mais da área da Guarda. Também já aparecem clientes que estiveram de férias e que compraram e que depois regressaram para comparem mais materiais. Alguns clientes são de fora da Guarda e encomendam artigos já feitos”, disse a responsável, indicando que trabalha com produtos personalizados à medida de cada pessoa. Referiu que os materiais que mais vende são aqueles “que estão relacionados com madeiras”. “A costura criativa também está a começar a tomar forma e há material novo, que saiu recentemente, mas só vou arrancar com ele a partir de Setembro”, esclareceu. Disse que pratica preços acessíveis, porque prefere “vender mais e ganhar menos”. Aliás, referiu que quem compra materiais para um trabalho, pode gastar mais dinheiro no início, mas depois poupa, porque servem para outros. “O orçamento inicial pode ser avultado, mas os materiais ficam para utilização posterior e acaba por compensar”, referiu, indicando que as artes decorativas são mais procuradas pelas mulheres do que pelos homens.
Referiu que o problema do sector em que trabalha é que, como o índice de desemprego é elevado, “toda a gente quer ganhar dinheiro” a fazer trabalhos de artes decorativas e a profissão “acaba por se banalizar muito”. “Isso é um problema, porque, a meu ver, as artes não deviam ser banalizadas, porque a pessoa quando leva uma peça é única e não é de fábrica. As pessoas estão desempregadas, baixam os preços e as artes ficam banalizadas. Os artesãos deviam ser encarados de outra forma”, considera. A empresária e artesã diz que também não participa em feiras “por causa da banalização” dos produtos “e porque há pessoas que procuram as feiras para copiarem aquilo que fazem os artesãos. Normalmente, as feiras servem para muitas pessoas copiarem aquilo que os artesãos levam horas a fazer”.
Apesar de o país estar em crise, Isabel Horta, faz um balanço positivo dos primeiros meses de funcionamento da loja «Farrapinhas de Algodão». “A loja ainda não está muito divulgada, mas já tenho clientes certos”.
O estabelecimento tem uma página no facebook (https://www.facebook.com/izibelarts?fref=ts) e funciona de segunda a sexta-feira das 10.00 às 13.00 horas e das 15.00 às 19.00 horas. Os sábados de manhã (das 10.00 às 13.00 horas) ficam guardados para as formações.