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Costureira da Guarda concretizou sonho de infância com abertura de atelier

Comércio tradicional
Costureira da Guarda concretizou sonho de infância com abertura de atelier

A costureira Maria Adelaide, mais conhecida por Milai, de 43 anos, abriu, na Guarda, em 2007, o atelier de costura «O Alinhavo», que lhe permitiu concretizar um sonho de infância.
Maria Adelaide trabalhou durante 10 anos na Boutique Alpy (actual Tiffosi), na Guarda. Em 2007 despediu-se e decidiu apostar na criação de um negócio por conta própria, tendo decidido abrir o atelier de costura na Rua Mestre de Avis, n.º 60, no Bonfim. “Foi a concretização de um sonho de infância. Desde pequenina que eu fazia a roupa para as bonecas. Sou feliz no meio dos trapos e estou realizada profissional e pessoalmente. Esta profissão é a minha vida e a minha paixão. Costumo dizer que não tenho nada, mas tenho tudo”, declarou ao Jornal A Guarda. A costureira lembrou que antes de trabalhar na Boutique Alpy esteve 5 anos na fábrica Têxteis do Mileu, que funcionou na Rua Duque de Bragança, onde desenvolveu “um pouco aquilo que já sabia fazer”. “Comecei a trabalhar no ramo aos 17 anos. Deus deu-me um dom. Não aprendi com ninguém. Esta profissão é a minha vida e é a minha paixão. Costumo dizer que não tenho nada, mas tenho tudo”.
No atelier «O Alinhavo», a costureira faz todo o tipo de arranjos de costura, alteração e ornamentação de peças, bainhas de cortinados, toalhas de cozinha, forra vestidos e saias, faz saias simples, aplica remendos em calças de ganga, entre outros trabalhos. A costureira tem clientes ao longo de todo o ano, mas no Verão o trabalho aumenta devido às festas, aos baptizados e aos casamentos. Também trabalha para 3 lojas da cidade a quem faz arranjos de peças novas, principalmente bainhas. “Toda a gente gosta das minhas bainhas originais, que são diferentes do habitual”, diz, com orgulho. Ao longo do ano, “o que mais me pedem é para substituir fechos em calças de ganga, blusões e kispos. É como os sapateiros. As pessoas optam por mandar arranjar as peças já usadas em vez de comprarem novo”.
Apesar da crise, Maria Adelaide diz que não lhe tem faltado trabalho, embora tenha passado por um período “um bocado complicado e ainda pensei em emigrar para a Alemanha, mas depois as coisas melhoraram e acabei por ficar e continuar a lutar por aquilo que gosto de fazer profissionalmente”. A costureira adianta que já tem clientela certa não só na cidade como na região. “Já sou muito conhecida e tenho muita gente que gosta e aprecia muito o meu trabalho. Dizem que sou perfeitinha e fico muito contente. Não estou aqui só para ganhar, mas também gosto que as pessoas fiquem contentes com o meu serviço. Tenho clientes da Guarda, que vêm de propósito de Pinhel e até uma rapariga da Covilhã”. Os clientes do atelier «O Alinhavo» “são quase como da família e já me aconteceu passarem na rua e eu não estar cá e telefonarem-me para ver se se passava alguma coisa. Já aqui estou há muitos anos, as pessoas conhecem-me e até os miúdos das escolas me tratam por costureirinha”.
O pedido mais invulgar que já teve foi para ornamentar uma cesta de noiva. “Nunca ninguém me tinha pedido uma coisa daquelas e matei a cabeça para fazer aquilo. Muitas vezes, também me pedem milagres, querem meter a Sé na Misericórdia, querem que eu alargue umas calças de ganga ou que alargue um casaco que já fica apertado e eu não tenho por onde lhe pegar”, referiu Maria Adelaide.
O atelier de costura «O Alinhavo» funciona de segunda a sexta-feira das 9.00 às 13.00 horas e das 15.00 às 19.00 horas e aos sábados durante todo o dia. A proprietária sempre trabalhou sozinha, mas pelo seu estabelecimento já passaram 5 estagiárias.

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