Paulo Neves é natural de São Romão – Seia
“Amar os Presos?! Inquietações e contributos de um visitador prisional” é o título do livro de Paulo Neves, antigo dirigente e coordenador de vários projectos de índole social, da Cáritas Diocesana da Guarda.
O livro, com a chancela da Cáritas Portuguesa e Pastoral Penitenciária de Portugal, pretende “chamar a atenção para o facto de que as pessoas privadas de liberdade existem e necessitam de um olhar e de um tratamento mais humanos, reveladores de uma sociedade mais humanista”.
Dando testemunho como visitador prisional, o autor refere, na introdução, que “as pessoas presas não nasceram predestinadas a essa situação” e considera que “são fruto de uma sociedade que, amiúde, não presta a atenção devida aos mais frágeis”. Lembra que “é importante ter sempre bem presente que a pessoa condenada á prisão, cumprido o seu castigo, regressará á sociedade”.
O autor adianta que o grande desafio que se coloca à sociedade passa por “criar condições para que, quem foi preso, não volte a sê-lo”. Lembra que se assim não acontecer fica provado que “a prisão não produz os efeitos que lhe estão subjacentes”. Pela vivência como visitador prisional, Paulo Neves considera que “ainda há um longo caminho por percorrer para que sejam mais eficazes as medidas preventivas, punitivas e de reinserção”.
Para o autor do livro e perante a realidade actual “ninguém está dispensado de dar o seu contributo para que haja menos pessoas presas, para que as prisões sejam lugares de reabilitação e para que a sociedade seja espaço de recomeço de uma nova vida”. Adianta que, por razões óbvias, os cristãos, de um modo particular, são chamados a terem um olhar especial, a serem um sinal de esperança, e de misericórdia, tanto para o sistema prisional em geral como, sobretudo, para as pessoas concretas que se encontram privadas de liberdade”. O Livro aborda três pontos essenciais: Sobre o Sistema Prisional – Das estatísticas às pessoas; Sobre o sentido do amor – Da relação humana à fraternidade; Sobre o “Amor aos presos” – das inquietações aos contributos de um visitador prisional.
“Seja pelo conteúdo, seja pela forma e ainda pelo desdobramento dos temas que o compõem, este é um trabalho que importa enaltecer”, escreve Álvaro Laborinho Lúcio, no Prefácio do livro.
Paulo Jorge da Fonseca Neves é natural de São Romão – Seia. Estudos nos Seminários do Fundão e Guarda, complementando os estudos na Facultade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa – Porto. É Mestre em “Empreendedorismo e Serviço Social e mestre em “Ensino da Filosofia no Ensino Secundário” pela Universidade da Beira Interior. Frequentou outros estabelecimentos de ensino no âmbito das Ciências Sociais e Humanas (Universidade de Coimbra, Universidade do Porto, Universidade Católica Portuguesa – Lisboa, Instituto de Psicologia e Outras Ciências – Lisboa).
É professor de Educação Moral e Religiosa Católica desde 1995. É casado e pai de uma filha. Reside no Porto e considera-se “um pai de família” e um “visitador prisional”, colaborando no âmbito da Assistência Espiritual e Religiosa e no âmbito da promoção de Projectos de Voluntariado Prisional.