Instituto Politécnico da Guarda
Pedro Reis, de 34 anos, aluno de Engenharia Informática no Instituto Politécnico da Guarda (IPG) está a desenvolver um sistema inteligente de gestão de resíduos sólidos urbanos para reciclagem, denominado “iEcoSys”, que terá vantagens para o cidadão e para as empresas do sector, que deverá ficar concluído em meados do próximo ano.
“Enquanto aluno de Engenharia Informática, lancei a ideia no âmbito da disciplina de Projecto de Informática que actualmente estou a desenvolver no âmbito do mestrado de Computação Móvel”, explicou Pedro Reis ao Jornal A Guarda. O aluno referiu que optou pela sustentabilidade ambiental no âmbito do trabalho de final de curso e procurou dar resposta à questão: “E se, em vez de pagarmos pelo lixo produzido, recebêssemos pelos resíduos reciclados?”. E acrescentou: “o apoio do IPG, em particular da UDI – Unidade de Investigação para o Desenvolvimento do Interior, tem sido determinante para a concretização e divulgação científica da ideia. Somos um pequeno grupo de investigação constituído por mim, pelo engenheiro Filipe Caetano e pelos professores Rui Pitarma e Celestino Gonçalves”.
A invenção “iEcoSys” consiste num sistema informático de gestão e valorização de resíduos sólidos urbanos, cujo processo começa com a adesão do cidadão. “Um dos componentes importantes deste processo são uns iBags, uns sacos especiais que têm um identificador electrónico único que permite associar os mesmos ao tipo de resíduos e ao cidadão”, indicou. Quando o saco estiver cheio, o cidadão dirige-se a um iEcoPonto, “que reconhece o iBag e então é aberta a porta dos respectivos resíduos”. Acto contínuo, segundo Pedro Reis, estes são pesados e é enviada a informação através de uma rede, implementada pelos próprios iEcoPontos, para um servidor de recepção de dados e para uma base de dados que cruza essa informação. “A informação disponível na base de dados permite-nos rentabilizar ainda mais o processo, recorrendo a um algoritmo de inteligência artificial que vai definir as rotas de recolha das viaturas em função da capacidade dos iEcoPontos estar ou não esgotada até à data da próxima recolha”, disse.
Com este sistema será possível “economizar recursos humanos e materiais, tais como combustíveis, desgaste das viaturas, tempo, entre outros”, pois segundo o investigador, o cidadão que fizer a reciclagem também terá benefícios, como por exemplo, a isenção ou a redução da taxa de tratamento de resíduos. “Antes de mais, o grande beneficiado é o ambiente. Trata-se de uma ideia que promove a consciência ambiental de cada cidadão, resultando no benefício de todos. Acresce que ajudará a que Portugal lidere nas políticas ambientais e no cumprimento de metas estabelecidas pela União Europeia”, referiu.
De acordo com o aluno do IPG, o “iEcoSys” também representará benefícios para as autarquias, “pois a diminuição de resíduos nos contentores de lixo indiferenciado permitirá aliviar os orçamentos das Câmaras Municipais que pagam às empresas de separação de lixo uma quantia significativa”.
