Contratos de Associação com o ensino particular e cooperativo
O deputado do PS, Santinho Pacheco, escreveu recentemente à Secretária de Estado Adjunta e da Educação sobre os Contratos de Associação com o ensino particular e cooperativo do distrito da Guarda, pedindo “uma análise mais profunda da realidade que servem”. Na missiva, o socialista lembra que os deputados eleitos pelo PS no distrito da Guarda adoptaram como lema para esta Legislatura “A Guarda não pode perder nem mais um serviço, nem mais um único posto de trabalho”. “Vem isto a propósito dos Contratos de Associação nas quatro Escolas/Colégios deste Distrito que deviam merecer de V. Excia. uma análise mais profunda da realidade que servem”, escreve Santinho Pacheco no documento dirigido a Alexandra Leitão.
No documento, o deputado refere os quatro estabelecimentos de ensino do distrito que têm contratos de associação: Escola Regional da Cerdeira do Côa (Sabugal), Colégio Externato do Soito (Sabugal), Outeiro de S. Miguel – Escola Regional Dr. Dinis da Fonseca (Guarda) e Escola Evaristo Nogueira de S. Romão (Seia).
Em relação aos dois estabelecimentos de ensino que podem celebrar novos Contratos de Associação (Escola Regional da Cerdeira do Côa e Colégio Externato do Soito), refere: “A Escola da Cerdeira, que tem um internato feminino, só sobrevive se receber jovens um pouco de toda a região; não é uma freguesia com 229 habitantes que pode justificar aquela Escola há tantas décadas ou vai ter alunos suficientes para a abertura de novas turmas. O mesmo se passa com o Soito, uma freguesia com cerca de 1200 habitantes maioritariamente idosos. Se a área de influência do Colégio do Soito não abranger as freguesias envolventes e mais distantes do Sabugal – Alfaiates, Aldeia da Ponte, Aldeia Velha, Nave e Quadrazais – só por si o Soito não tem população em idade escolar que justifique o Colégio”.
Quanto à Escola do Outeiro de S. Miguel – Escola Regional Dr. Dinis da Fonseca, na Guarda, lembra que é o único Estabelecimento de Ensino do concelho da Guarda com Contrato de Associação e “vai perder essa condição para novas turmas”. “É uma Escola com especificidades próprias que merecem uma análise cuidada. Por alguma razão foi condecorada no 10 de Junho de 2015 pelo Senhor Presidente da República. Tem características diferentes de outras escolas, tem internato e suporta uma vastíssima obra social. Gerações de Guardenses de todo o Distrito devem-lhe uma preparação intelectual, moral e cívica para a vida. Sem o Outeiro de S. Miguel não teriam sido na sociedade e na vida profissional o que foram. O seu processo merece uma profunda reanálise”.
Por fim, em relação à Escola Evaristo Nogueira de S. Romão, sublinha que “é tão só uma instituição que qualifica a terra em que está sediada, uma âncora do seu desenvolvimento e um símbolo da sua vitalidade”. “O fim da Escola Evaristo Nogueira não acrescenta nada a Seia, mas tira juventude e vida a S. Romão e todos nós sabemos que, no interior, é assim que se acelera o declínio socioeconómico do território”, defende.