A exposição “16 bibliotecas, 16 autores” pode ser visitada no Largo da Fonte, no Sabugal, até ao dia 31 de Maio.
Esta é uma exposição produzida pela Rede Intermunicipal de Bibliotecas da Beira e Serra da Estrela e promovida pela Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela, com o objectivo de divulgar a obra de autores da região, os lugares onde nasceram, viveram e a influência que tiveram na sua obra, prestando, assim, uma homenagem à cultura, aos autores e ao seu território.
“Esta exposição é um tributo de gratidão aos nossos autores e à sua vida; proporcionando uma visão e um olhar mais abrangente e enriquecedor, assumindo-se como um real contributo para a valorização e crescimento coeso e identitário de um território.”
No Sabugal, o autor destacado é Jesué Pinharanda Gomes, natural de Quadrazais.
Estudou na Guarda, na escola dos Gaiatos e no Colégio de S. José. Desde muito jovem que o gosto pelas matérias culturais invadiu a sua vida.
Pinharanda Gomes é ensaísta, pensador, escritor, filósofo, historiador e investigador. É um autodidacta por opção, e autor de valiosos trabalhos sobre Filosofia, Teologia, Pensamento Português, Etnografia, Filosofia Hebraico-Portuguesa e História.
Publicou, além de numerosas separatas, sobre temas filosóficos e de história da filosofia, ainda numerosos livros. Traduziu Platão e Descartes e a sua obra encontra-se referida nas principais publicações portuguesas. É co-fundador do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira e foi eleito Sócio correspondente da Academia Internacional de Cultura Portuguesa bem como da Academia Portuguesa de História.
Ao longo de cinquenta anos, Pinharanda Gomes produziu uma obra ímpar, pela sua extensão e qualidade, no domínio da historiografia do pensamento português, como é reconhecido por todos aqueles que se dedicam ao estudo da nossa reflexão filosófica multissecular.
Da sua obra destaca-se a “Introdução à História da Filosofia Portuguesa” (1967), os sete volumes da série “Pensamento Português” (1969-1993), “A Teodiceia Portuguesa Contemporânea” (1974), “A Filosofia Tomista em Portugal” (1978) os três volumes da pioneira “História da Filosofia Portuguesa” (1981, 1983 e 1991) – em que, pela primeira vez, a contribuição hebraica e árabe para a constituição de uma tradição especulativa autónoma foram consideradas global e sistematicamente – o volume sobre “Os Conimbricenses” (1992 e 2005), os estudos dedicados à “Escola Portuense” (2005), ou à sua valiosa colaboração em diversos volumes da “História do Pensamento Filosófico Português” (1999-2004), dirigida pelo Professor Doutor Pedro Calafate. A obra historiográfica de Pinharanda Gomes tem-se caracterizado pela seriedade intelectual, pelo rigor hermenêutico, pela lúcida compreensão reflexiva de obras, autores e correntes, pela clareza expositiva e qualidade literária, que fazem dela um marco essencial nos estudos contemporâneos da nossa história filosófica. Ao mesmo tempo, não deixou Pinharanda Gomes de realizar significativa obra especulativa própria, em livros e ensaios como “Exercício da Morte” (1964), “Peregrinação do Absoluto” (1965), “Teoria do pão e da palavra” (1973), “Pensamento e Movimento” (1974) ou “Saudade ou do mesmo e do outro” (1976).