Sérgio Costa defende cinco regiões plano
“Regionalista convicto”, o Presidente da Câmara da Guarda considera que devido ao adiamento do referendo, o processo de regionalização “pode demorar mais” tempo a concretizar-se, mas espera que avance num “futuro próximo” com as cinco regiões plano. No final da reunião desta segunda-feira, 13 de Março, Sérgio Costa disse que, “às vezes, as coisas podem demorar mais algum tempo a serem efectivadas do que aquilo que se pretende”, como é o caso do adiamento do referendo, “mas esperemos que num futuro próximo, e tão breve quanto possível, que nós possamos ter o processo da regionalização em Portugal”.
Sobre a posição assumida pelo Governo de que “não faz qualquer sentido” falar num referendo à regionalização devido à “mudança de posição” do PSD sobre o assunto, o autarca da Guarda disse esperar que a regionalização seja aplicada com “as regiões plano” correspondentes às comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (Norte, Centro, Alentejo, Algarve, Lisboa e Vale do Tejo).
Para Sérgio Costa “só desta forma é que a regionalização pode fazer sentido”. Recordou que em 1998, quando se realizou um referendo sobre o assunto, defendeu a regionalização, mas não aquela que era proposta em que “o país era espartilhado com oito ou nove regiões administrativas” que “não fazem sentido”.
Adiantou que a regionalização deve ser aplicada “com base nas regiões plano”. E acrescentou: “É essa a minha convicção e aquilo que eu espero num futuro próximo”.
Como “regionalista convicto” continua a defender uma regionalização efectiva, “com poder político, com poder económico e com poder orçamental”.
O autarca da Guarda disse que “é altura de o país perceber que necessita da regionalização” porque “por mais que nós nos esforcemos todos, o grande centro do poder estará sempre em Lisboa”.
Recorde-se que o Governo considerou recentemente que “não faz qualquer sentido” falar num referendo à regionalização, previsto no programa do executivo, tendo em conta a “mudança de posição” do PSD sobre o assunto, defendendo um consenso alargado sobre o tema.
Em Julho de 2022, o líder do PSD mostrou-se contra a realização de um referendo em 2024. Luís Montenegro disse que “não havendo um referendo em 2024 – que já teria de se conciliar com eleições europeias e regionais nos Açores – não é em 2025 com eleições autárquicas ou em 2026 com presidenciais e legislativas que a oportunidade se vai abrir”. Já em Novembro último, Luís Montenegro defendeu que “seria uma catástrofe” o PS fazer com a regionalização o que fez com a descentralização de competências e que a discussão sobre a reforma administrativa “não é oportuna”.