Na passada segunda-feira, na fronteira de Vilar Formoso
Uma delegação do PCP realizou na segunda-feira, dia 6 de Abril, uma acção de contacto com motoristas de mercadorias em Vilar Formoso, no seguimento de várias iniciativas de convívio, debate e encontros. A acção foi realizada com o objectivo de discutir os problemas da classe e de fazer chegar aos órgãos de poder as suas justas reivindicações, relacionadas com melhores salários, combate à precariedade e condições de segurança.
No final da acção, David Costa, deputado do PCP na Assembleia da República, disse ao Jornal A Guarda que o partido irá alertar o Governo para a situação vivida pelos camionistas de transporte de mercadorias. “Estamos a estudar, no quadro da Assembleia da República, confrontar o Governo para reduzir as condições de precaridade por que passam os trabalhadores de transporte de mercadorias”, disse David Costa.
De acordo com o deputado comunista, os cerca de 100 camionistas abordados no Parque TIR da fonteira de Vilar Formoso denunciaram a existência de “uma reversão nas suas condições de trabalho”. “O que observámos hoje é os baixos salários, o não cumprimento da contratação colectiva e o bloqueio à negociação. Assiste-se a uma grande degradação das condições de trabalho”, disse, indicando que os camonistas queixam-se que, no estrangeiro, em determinadas situações, “ficam duas a três semanas sem que a entidade patronal assuma os compromissos” em termos de ajudas de custo. Os profissionais queixam-se “de falta de dignidade na forma como são tratados” e “muitas vezes são abandonados à sua sorte”, acrescentou. “Estes trabalhadores que foram contactados contam que algumas empresas não querem cumprir a cláusula que obriga ao pagamento de salário suplementar. É uma situação de degradação completa das condições de trabalho e é um quadro negro”, referiu.
O PCP contactou com motoristas na fronteira de Vilar Formoso no dia em que muitos camionistas estiveram impedidos de entrar em Espanha, na auto-estrada A-62, entre Salamanca e Burgos, no período compreendido entre as 9.00 e as 21.00 horas (hora portuguesa), devido às celebrações da Semana Santa em Espanha. Naquele dia, o Governo do país vizinho decretou a interdição à circulação de veículos pesados de mercadorias, com o peso bruto superior a 7.500 quilos, e aos conjuntos de veículos de qualquer massa máxima autorizada.