Nas proximidades da Estação da CP da Guarda
A REFER – Rede Ferroviária Nacional conta executar no último trimestre deste ano a obra de automatização da passagem de nível da Quinta das Bertas, na Linha da Beira Alta, nas proximidades da Estação da CP da Guarda, onde têm ocorrido acidentes com veículos automóveis.
A garantia foi dada na segunda-feira, dia 28 de Abril, por Rui Loureiro, presidente do Conselho de Administração (CA) da REFER, no âmbito de uma visita técnica à Linha da Beira Alta, com o propósito de efectuar uma avaliação aprofundada das condições de exploração da via e projectar os próximos investimentos ferroviários a concretizar no âmbito do Plano Estratégico dos Transportes e Infra-estruturas.
“A automatização [da passagem de nível] está prevista para princípio do último trimestre do ano. Lá para Setembro, temos a passagem de nível electrificada”, garantiu o responsável aos jornalistas.
Outra solução para o local, segundo Rui Loureiro, passa pela construção de uma variante, que está a ser estudada pela REFER e pela Câmara Municipal da Guarda. Em sua opinião, a construção da variante permitirá “definitivamente ter o problema resolvido” naquele local onde um acidente ocorrido a 19 de Junho de 2013 causou duas vítimas mortais e a 13 de Fevereiro deste ano um homem sofreu ferimentos ligeiros.
Na ocasião, o presidente do CA da REFER também admitiu que as obras de modernização da Linha da Beira Baixa entre Guarda-Covilhã poderão começar antes da intervenção na Linha da Beira Alta. “Eu gostaria que a Linha da Beira Baixa fosse ligeiramente à frente, para garantir que se eu tiver que parar a Linha da Beira Alta possa, efectivamente, fazer o tráfego através da Linha da Beira Baixa”, disse.
As duas linhas ferroviárias estão incluídas no Plano Estratégico dos Transportes e Infra-estruturas recentemente aprovado pelo Governo, estando a intervenção na Linha da Beira Alta orçada em cerca de 900 milhões de euros e a da Beira Baixa em perto de 80 milhões.
Segundo o responsável, a Linha da Beira Alta está “relativamente problemática” e será necessário “modificar bastantes áreas de curvas e de pendentes, eventualmente com algumas variantes, especialmente na zona da Guarda”. No entanto, assumiu que “qualquer rectificação, qualquer modificação que haja na Linha da Beira Alta tem que estar em conjunto com aquilo que se vai fazer na Linha da Beira Baixa, porque são linhas alternativas”. “Se, por qualquer motivo, tivermos que interromper o tráfego, temos que ter soluções para passagem para [comboios] internacionais”, apontou. Por isso, indicou que a REFER pretende “fazer o planeamento da Linha da Beira Baixa juntamente com a Linha da Beira Alta”. “As alterações e modificações que houver na Linha da Beira Alta deverão ter que ser coincidentes com o facto de que não pode ser interrompido o tráfego. Não sendo interrompido o tráfego, temos que ter a garantia de que a Linha da Beira Baixa está a funcionar”, explicou.
Segundo Rui Loureiro, a intervenção na Linha ferroviária da Beira Baixa, no troço Guarda – Covilhã, será realizada com o objectivo de procurar “qualificar a linha para as especificações internacionais”. Na Linha da Beira Alta estão previstos, entre outros projectos, “vários troços de linha nova desde a Pampilhosa até Vilar Formoso” sem estarem “muito afastados da linha actual”. Os prazos de intervenção nas duas linhas vão até 2020, altura em que “tudo tem que estar pronto”, garantiu.
O presidente da REFER deixou ainda claro que não está previsto executar um ramal de ligação à Plataforma Logística, por estar “muito alta em relação à cota da linha”. “Um ramal para lá era extremamente difícil e oneroso e não se justificaria”, declarou.