Vereadores do PS e do PSD votaram contra orçamento para 2024 na Câmara da Guarda

Câmara da Guarda

A proposta de orçamento para 2024 na Câmara da Guarda foi chumbada pelos vereadores do PS e do PSD, na última reunião, que decorreu no dia 29 de Novembro. Com um valor de 73,8 milhões de euros, o orçamento municipal para 2024, contou apenas com os votos favoráveis dos três eleitos pelo Movimento Pela Guarda.
O presidente da autarquia, Sérgio Costa, disse ao Jornal A GUARDA que “o tempo é de calma, serenidade e reflexão” e salientou que com o chumbo do orçamento pode estar em causa a execução de diversos projectos.
“Só governaremos como o nosso orçamento, com contributos da oposição naturalmente, mas não governaremos com o orçamento da oposição”, explicou o presidente da autarquia.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião, afirmou não ter receio de qualquer cenário possível na sequência do chumbo do orçamento. E explicou: “Quem chegou à governação da forma que chegou, não tem qualquer receio de governar seja da forma que for”.
Sérgio Costa explicou que o chumbo do orçamento, pelos vereadores da oposição, pode pôr em causa a execução de projectos como o programa da habitação, o órgão da Sé e o apoio às juntas de freguesia, aprovados durante a última reunião. “É esta a consequência que pode ter o chumbo do orçamento. Os partidos políticos que estão no executivo municipal têm de ser chamados à razão por aquilo que hoje fizeram”, referiu.
A vereadora socialista, Adelaide Campos, manifestou disponibilidade para uma “plataforma de entendimento” com a restante oposição para “fazer uma revisão de alguns pontos”. Considerou que a cidade “vai decaindo a olhos vistos”, e lembrou que a reabilitação da Praça Velha e incentivos para fixação dos jovens são “uma emergência para a Guarda”.
Para Adelaide Campos viabilizar o orçamento seria “perpetuar uma situação de pouca actividade e pouca ambição”.
Os vereadores do PSD, Carlos Chaves Monteiro, Vitor Amaral e Lucília Pina, mencionaram 19 pontos para justificar o chumbo do orçamento que entendem não ter “investimento real e efectivo”.
Perante a avaliação do orçamento, o vereador Carlos Chaves Monteiro considerou que “vai ser mais um ano de projectos e projectos e nada de obra”. Disse que no documento se destacam “milhões de euros para a reabilitação das áreas ardidas”, mas que “gostaria de ver esses milhões reflectidos em projectos mobilizadores para a Guarda”.
O vereador do PSD apontou a ausência de obra no Centro Histórico e na Praça Velha, bem como o retrocesso na Carta Educativa e a falta de investimento na saúde e na habitação.
Em relação à cultura, Carlos Chaves Monteiro disse que é “o parente pobre” , considerando que “é muito redutor” aquilo que o actual executivo tem feito nesta área.
O presidente da Câmara, Sérgio Costa, lembrou que foram pedidos contributos para a elaboração do orçamento e voltou a mostrar abertura em relação a possíveis propostas a incluir no documento.

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