Guarda
Um pequeno grupo de mães e alunos, a que se juntaram mais algumas pessoas, promoveu uma manifestação, na porta principal da Câmara da Guarda, contra o encerramento da Escola Básica de São Miguel. Em silêncio, os manifestantes empunharam cartazes onde se liam mensagens de apoio à continuidade deste estabelecimento de ensino. A manifestação, feita de forma ordeira e pacífica, terminou com uma salva de palmas e vivas à Escola de São Miguel.
Carla Poço, mãe de um aluno da Escola de São Miguel e porta-voz do grupo, lamentou o facto de não terem “nenhuma informação concreta, esclarecedora, inequívoca sobre se a Escola encerra ou não no próximo ano lectivo”.
Apesar de terem questionado a Câmara Municipal e o Agrupamento de Escolas da Sé sobre o que se está a passar continuam sem saber o desfecho desta situação.
“Até ao dia de hoje não temos nada que diga, de forma oficial, que a escola de São Miguel vai encerrar”, disse Carla Poço. A Associação de Pais já reuniu com a autarquia para perceber se a Escola vai mesmo encerrar e saber o que vai acontecer aos 135 alunos que estão a frequentar a Escola, mas “não houve um diálogo esclarecedor”. Carla Poço considera que neste processo “há uma grande indefinição e uma grande falta de respeito” em relação aos alunos, aos pais e encarregados de educação, mas reconhece que “a Carta Educativa foi aprovada por maioria, com 14 votos a favor e 2 contra, o que prevê o encerramento da Escola”.
Como a Escola está a receber matrículas “renovámos a matrícula para o próximo ano lectivo e não sabemos o que vai acontecer”. Perante a “indefinição” que se verifica, os pais e encarregados de educação presentes na manifestação pedem que a Escola funcione mais um ano.
António David, Presidente do Agrupamento de Escolas da Sé, reconheceu que, actualmente, “a escola tem pouco alunos, mas não é por isso que deve fechar”. Considera que “é injusto o fecho”, adiantando que “numa altura destas, o timing é muito importante”.
Este responsável disse que “a rede já estava definida, as turmas para a Escola de São Miguel estão definidas” e caso feche “vai originar um trabalho extra porque não é fácil transitar os alunos para outras escolas”. E acrescentou: “Também não sabemos se ficam no Agrupamento ou se vão para outro agrupamento”, uma vez que “os pais têm a possibilidade de escolha”.
António David referiu que “quem pode decidir o fecho de uma escola é o Ministério da Educação” e, por isso, “era preferível a morte natural”.