Guarda quer investir 40 milhões de euros na habitação social para construção de 325 fogos

Câmara da Guarda aprovou criação de Empresa Municipal para gerir habitação

Na última reunião de Câmara, que aconteceu no dia 12 de Junho, o executivo presidido por Sérgio Costa aprovou a minuta do Acordo de Colaboração entre  a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, o Município da Guarda e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana. Na mesma reunião também foi proposta e aprovada a criação de uma Empresa Municipal para gerir o património habitacional.
A Câmara Municipal da Guarda pretende avançar com a construção de 325 fogos para habitação acessível e social. Desse número, 225 estão em fase de preparação de candidatura e em articulação com Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana e a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela; 50 estão também em fase de candidatura, no âmbito do “Programa 1º Direito” e abrange a resolução de problemas do Bairro da Fraternidade; e outros 50 fogos, ao abrigo do mesmo Programa no Centro Histórico da cidade, abrangendo edifícios já adquiridos pela Câmara e outros que a autarquia pretende adquirir, estes ainda em fase de elaboração de candidatura. Estes 325 fogos correspondem a um investimento de mais de 40 milhões de euros, nos próximos três a quatro anos.
Devido à falta de meios técnicos e humanos suficientes, para gerir este volume de investimento público em tão pouco tempo, foi proposto e aprovado na última reunião de Câmara, que teve lugar no dia 12 de Junho, a criação de uma Empresa Municipal, exclusivamente participada pelo Município. Actualmente a câmara gere 45 fogos em regime de renda apoiada, 12 em regime de renda condicionada, e 38 como arrendamento em regime geral.
“A Câmara da Guarda neste momento não tem condições, não tem recursos humanos necessários para fazer face a esta necessidade e, por isso, nós queremos mudar o paradigma, tal como já aconteceu em 16 municípios do País, onde existem empresas municipais dedicadas a esta área específica”, explicou Sérgio Costa. O autarca referiu ainda que, no futuro, esta empresa poderá gerir os parques empresariais da cidade e também a Comunidade de Energia Renovável que vai ser construída no Parque Industrial, cujo procedimento deverá ser lançado brevemente.
Esta proposta de criação da empresa municipal para gerir a habitação foi aprovada por maioria, com os votos contra dos vereadores do PSD e a abstenção do PS.
O vereador do PS, Luís Couto, viu na criação desta empresa municipal uma boa solução mas apontou a necessidade de ter uma administração profissional e funcionários escolhidos pela sua capacidade profissional.
Carlos Chaves Monteiro, do PSD, considerou que esta solução é uma forma do Presidente da Câmara “criar empregos para os apoiantes”.
Em comunicado, a autarquia dá conta de que a Habitação é um dos principais vectores na aposta social do executivo municipal e, por isso, a Câmara da Guarda vai avançar com uma série de medidas para que o acesso a Habitação acessível e social seja, cada vez mais, um direito de todos e em especial dos que mais a necessitam, nomeadamente os jovens que escolhem o concelho para estudar.
Na reunião, o presidente da Câmara explicou que “em função da evolução negocial entre a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana”, depois de ouvidos os autarcas, designadamente o autarca da Guarda, “o IHRU evoluiu na sua posição”. Sérgio Costa referiu que “neste momento os custos dos projectos e a fiscalização já são comparticipados, a manutenção será sempre da responsabilidade do IHRU porque serão os donos das casas a edificar e as rendas já passa a ser o IHRU a ter de as assumir na sua plenitude. Já não têm de ser os municípios a assumi-las, ficando apenas da responsabilidade dos municípios a gestão de todo o processo”.
Sérgio Costa recordou que no início do ano as condições eram bem diferentes pois “os municípios teriam de pagar os projectos, a fiscalização a manutenção e assegurar o pagamento das rendas ai IHRU”, sem qualquer tipo de financiamento. Na altura, o autarca da Guarda disse que “tudo isto tem de ser esclarecido ou alterado e se assim for então podemos equacionar em aumentar a nossa participação neste acordo”.

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