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Centenas de participações e reclamações na consulta pública sobre a mina de Alvarrões

A consulta pública para alargamento da mina de Alvarrões, na zona de Gonçalo, Vela e Seixo Amarelo, que terminou no dia 4 de Setembro, contou com uma participação de 257 pronúncias.

Com a proposta de projecto em consulta, a proprietária Sociedade Mineira Carolinos pretende alargar a área de exploração a céu aberto nas proximidades das aldeias de Gonçalo, Vela, e Seixo Amarelo.

De acordo com a entidade licenciadora, a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), a mina de Alvarrões foi alvo de uma sanção por incumprimento, a que se seguiu um processo de contraordenação que levou à suspensão das atividades na área da exploração.

Com o presente projecto de ampliação, a proponente pretende assim desbloquear a situação que decorreu das operações numa área de 15,67 hectares, excedendo assim o Plano de Lavra aprovado pela DGEG com uma área de 6,45 hectares por um factor de 2,4.

Nas últimas semanas, iniciativas de cidadãos e entidades públicas como Juntas de Freguesia e a Câmara Municipal da Guarda manifestaram preocupação com o projeto, não só em termos das operações que excedem as áreas legalizadas, mas também em termos dos impactos ambientais e sociais negativos que possivelmente se agravariam no caso de uma nova extensão da área mineira.

Desde início de Agosto, o grupo de cidadãos locais “Ação Floresta Viva”, constituído por residentes portugueses e estrangeiros da zona, tem vindo a alertar para o risco da operação da Mina de Alvarrões, com sessões de informação nas localidades e uma petição pública. Com a participação na consulta pública, a iniciativa apresentou 20 razões para a sua rejeição do projeto, incluindo a ilegalidade da operação e a negligência das autoridades desde 2019, os impactos existentes nos cursos de água e nas explorações agrícolas a jusante da mina, a falta de consideração do Geoparque Mundial da Estrela da UNESCO, ou os impactos negativos nos valores imobiliários e no turismo sustentável da região.

 “A proposta de expansão da mina ameaça o ambiente das nossas aldeias e da Serra da Estrela, com possíveis impactos severos sociais e ambientais, por exemplo na qualidade de vida local e na saúde pública”, refere João Luciano, porta-voz da Ação Floresta Viva. O movimento pede a rejeição do projeto, “baseado na falta de transparência e avaliação adequada de possíveis riscos” e defende alternativas sustentáveis que preservem os recursos naturais e o bem-estar das nossas comunidades.”

Recorde-se que o projecto de ampliação da área de concessão de Alvarrões, localizada nas freguesias de Gonçalo e Vela, no concelho da Guarda, também teve o parecer desfavorável da Câmara Municipal da Guarda.

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