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Castanheiros definham em Famalicão da Serra

Guarda

A castanha já foi “rainha” na Freguesia de Famalicão da Serra, no concelho da Guarda. Devido a vários factores, a sua produção diminuiu drasticamente nos últimos anos. Os castanheiros existentes estão a definhar em cada ano que passa e, de acordo com o presidente da Junta, Honorato Esteves, “já é mais do que a simples tinta (doença do castanheiro), pois fala-se muito do cancro do castanheiro”.
O autarca referiu ao Jornal A Guarda que para o desaparecimento dos castanheiros também contribuíram os incêndios florestais, a falta de limpeza dos soitos e o facto de “as pessoas deixarem de vigiar e de cuidar das árvores”. “Há um conjunto de factores que está a contribuir para que os castanheiros estejam a secar”, observou. E acrescentou: “Também faltam pessoas interessadas em trabalhar e a própria configuração do relevo leva a que [a produção de castanha] não seja tão rentável como em terrenos abertos”.
Honorato Esteves lembra que, no passado, a Junta de Freguesia tentou, com a ajuda do Parque Natural da Serra da Estrela, fazer a sensibilização dos proprietários para algumas práticas, que podiam alterar a actual situação, “mas não obtivemos grande adesão”. “Podemos, eventualmente, voltar à carga, porque corremos o risco de, a breve trecho, não haver castanha para consumo em Famalicão”, admitiu.
O responsável lembra que na sua Freguesia havia castanha “de muito boa qualidade”, da variedade Longal, que “é sempre a mais saborosa para assar”, para consumo e também para venda. Nos últimos anos, a castanha recolhida é essencialmente para consumo dos proprietários. “Ocasionalmente ainda vão alguns negociantes de fora comprar castanha, mas em muito pouca quantidade”, disse. Perante este cenário, o autarca mostra-se preocupado com o futuro do sector: “Não me consta que haja pessoas a plantar novos soutos para produzirem castanha de forma rentável e contínua”.
Em Famalicão da Serra nem os chamados “castanheiros gémeos”, situados junto da Estrada Nacional 18-1, a cerca de 50 metros do cruzamento do Cruzeiro, que eram uma referência para a Freguesia, escaparam ao avanço da “seca” que está a dizimar as árvores daquela espécie. “Ainda lá estão secos, mas praticamente só resta o tronco”, disse Honorato Esteves, lembrando que “secaram há uns anos e foram mutilados” pela ex-Junta Autónoma de Estradas.

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