Na última reunião do executivo, realizada na segunda-feira, dia 14 de Setembro, a Câmara Municipal da Guarda aprovou por unanimidade a proposta de dissolução da sociedade Imoguarda, constituída em 1989, para adquirir e administrar a Quinta da Maúnça. A Imoguarda foi constituída pela autarquia e pela SINPAR, pertencente à União Geral de Trabalhadores, mas em 2002, o Município adquiriu a participação social da SINPAR. Agora, o executivo municipal aprovou a proposta de dissolução da Imoguarda, a designação do fiscal único e a designação do representante do Município na Assembleia Geral da sociedade a extinguir. “A par disto nós próprios encomendámos uma avaliação oficial que está a decorrer. Logo que esteja registada em nome da Câmara e nós tenhamos a avaliação da Quinta da Maúnça, espero que até lá já tenhamos reflectido do melhor caminho a dar à Quinta”, disse o presidente da autarquia aos jornalistas no final da reunião. Álvaro Amaro referiu que, tendo em conta as circunstâncias, “o mínimo que se exige é que ela seja registada em nome da Câmara para a Câmara lhe dar o destino que entender”. “Temos que a registar, temos que avaliar, e depois temos que reflectir sobre o melhor caminho”, disse, sublinhando que a situação não pode continuar como está.
Álvaro Amaro lembrou ainda que a Câmara remeteu o processo de compra da Quinta da Maúnça para o Ministério Público (MP) e que, neste momento, o processo “corre os seus trâmites”. Recorde-se que o negócio da compra da Quinta da Maúnça, pelo executivo PS, foi enviado para o MP por a auditoria externa às contas da autarquia, realizada em Abril de 2014, ter levantado dúvidas. A auditoria anunciou um passivo total de cerca de 91 milhões de euros e revelou que, em 2013, no âmbito da aquisição da Quinta da Maúnça foi feito um pagamento a uma entidade que já não existia.
Na reunião de Câmara da passada segunda-feira a vereadora do PS, Graça Cabral, também votou a favor da dissolução da sociedade Imoguarda, declarando que “até do ponto de vista jurídico não haverá outra solução” a não ser pôr final “a uma realidade que não faz sentido nenhum”.