Encontro Luso-Espanhol de Bibliotecas Itinerantes
A Câmara Municipal da Guarda está a estudar a possibilidade de proceder à renovação da Biblioteca Itinerante, para que os serviços prestados à comunidade possam ser modernizados, adiantou ao Jornal A Guarda o vereador Victor Amaral, com o pelouro da Educação e da Cultura, no encerramento do I Encontro Luso-Espanhol de Bibliotecas Itinerantes, realizado na sexta-feira, dia 24 de Outubro, na Guarda.
“A Câmara da Guarda, e hoje assumimos isso nesse encontro, tem como objectivo reforçar essa estratégia através deste instrumento de descentralização cultural, melhorando os serviços que presta à comunidade. Iremos definir isso, estamos a trabalhar com os técnicos internamente na renovação deste nosso serviço de modo a que haja, de facto, uma nova abordagem, como se de facto esta Biblioteca pudesse ser quase, enfim, um projecto descentralizado de acesso à cultura, mas também de apoio a outras valências, nomeadamente os seniores”, declarou o autarca. Acrescentou que o objectivo é que a Biblioteca Itinerante não leve apenas o livro, mas também “outras dimensões de apoios que nós estamos a equacionar”. “Podem ir desde novas metodologias de animação da leitura, novas abordagens no que diz respeito ao conceito da própria Biblioteca e, hoje, assumimos aqui que esta nossa Biblioteca Itinerante é, naturalmente, uma Biblioteca já com um passado que requer renovação, é um veículo que já está obsoleto do ponto de vista da manutenção e a verdade é que nós temos que pensar, através de um novo conceito, pensar também num novo veículo”, assumiu. Victor Amaral admite a possibilidade de a autarquia renovar A Biblioteca Itinerante com recurso a fundos comunitários do novo quadro de apoio. Também é intenção da autarquia rever os critérios de deslocação da Biblioteca Itinerante. “A itinerância só pela itinerância não, mas itinerância com um objectivo, uma missão, que seja eficaz e possamos alargar o serviço. Se levar só o livro provavelmente para os públicos infanto-juvenil não é uma atracção suficiente. A nossa Biblioteca, por exemplo, não tem tecnologia, não tem Internet, não tem computador e é uma valência que nós hoje vimos na maior parte das Bibliotecas que estão aqui presentes. Reconhecemos que é um serviço que deve merecer a nossa atenção e vai merecê-la durante este nosso mandato, nessa estratégia de valorizar a política de proximidade educativa e cultural que faz sentido num território como o nosso, onde as pessoas, em alguns sítios não têm outra forma de se poderem cultivar a não ser através desta dinâmica de descentralização e é um papel que nos cabe e que nós queremos cumprir”, referiu.
O vereador referiu ainda que o I Encontro Luso-Espanhol de Bibliotecas Itinerantes foi uma “grande oportunidade de partilha ibérica”, uma vez que destacou “a importância que estas Bibliotecas Itinerantes têm na política educativa e cultural, de um território, no que diz respeito áquilo que é o acesso à cultura, o acesso à informação, à alfabetização e à educação”.
Participaram no encontro 10 Municípios portugueses de Norte a Sul de Portugal e também de Espanha, que mostraram os seus projectos de Bibliotecas Itinerantes. No caso da Guarda, o vereador lembrou que a autarquia continua a ter, através da sua Biblioteca Itinerante, a chamada leitura domiciliária, para adulto, jovem infantil e bebé. “Neste momento temos um universo de 1.780 utilizadores”, indicou.
O encontro foi promovido pela Câmara Municipal da Guarda, através da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, o Centro de Estudos Ibéricos e a ACLEBIM – Asociación de Profesionales de Bibliotecas Móbiles, de Espanha, com o objectivo de fomentar o encontro entre profissionais de bibliotecas de Portugal e Espanha, o intercâmbio de experiências, projectos, ideias, saberes e possíveis cooperações entre os dois países.