A Câmara Municipal da Guarda aprovou na última reunião, por maioria, a prestação de serviços para manutenção do Parque Urbano do Rio Diz, pelo período de quatro meses. O único vereador do PS presente na reunião, Joaquim Carreira, votou contra a proposta de ajuste directo da prestação de serviços pelo valor de 37 mil euros mais IVA, por considerar que “a Câmara tem, pelo menos, 16 funcionários afectos aos jardins e a esta área” que podiam executar o trabalho. Joaquim Carreira não vê razões para a autarquia gastar “11 mil euros por mês” na manutenção do Parque Urbano do Rio Diz, reconhecendo que o espaço tem cerca de 10 anos e a manutenção “foi sempre feita” pela Câmara e pelos seus funcionários. “A manutenção do sistema de rega não podia ser feita pelos Serviços Municipalizados?”, observou o vereador, que considera o processo de adjudicação “desajustado”. “É uma adjudicação que não tem cabimento, não se justifica”, declarou.
Na resposta ao socialista, o presidente da autarquia, Álvaro Amaro, disse que a adjudicação é realizada com o objectivo de melhorar as condições daquele espaço localizado na Guarda-Gare. “Nós queremos melhorar o que é uma das salas de visita da cidade – o Parque Urbano do Rio Diz. E, para isso, eu não regatearei esforços, quero que as pessoas se sintam e cada vez melhor, cada vez mais confortáveis, que possa atrair mais gente”, justificou. E acrescentou: “Eu não tenho prazer nenhum em gastar esse dinheiro na contratação”. Reconhecendo que “há investimentos que têm que ser feitos neste domínio” disse que, “entre ter o Polis não tão bem tratado, o Polis não tão limpo, não tão atractivo e tê-lo, gastando dinheiro, recorrendo aos serviços externos, porque não há capacidade interna para isso, eu não hesito”. “Considero isto um bom investimento naquilo que é um bom espaço”, assumiu. “O PS, o partido da gastança, acha que é contra porque a Câmara tem funcionários. Pois não tem. (…) O problema é que nós não queremos a cidade ao abandono, queremos a cidade limpa, queremos a cidade ainda melhor e mais tratada. E vai estar. Isso eu posso garantir. (…) Há aqui uma diferença de rumo. Em 40 anos o PS contratou gente e mais gente. Nós num ano e meio não contratamos mas queremos é realizar as coisas”, disse.
Nas declarações aos jornalistas, no final da sessão, o vereador Joaquim Carreira referiu ainda que em ano e meio a Câmara da Guarda fez adjudicações externas no valor de 8 milhões de euros. “Quem me dera. Quem me dera a mim ter 8 milhões de adjudicações de obras. Isso era fantástico”, reagiu o presidente da autarquia, adiantando que vai pedir explicações ao vereador na próxima reunião de Câmara. “Protesto, contesto e na próxima reunião o senhor vereador vai ter que responder a uma coisa dessas que acho de uma gravidade sem limites”. Disse ainda que, se o vereador considerava o assunto importante, primeiro devia discuti-lo na reunião de Câmara e, depois, falar aos jornalistas: “eu acho que isto é que é a seriedade política”.