Na última reunião da Assembleia Municipal, realizada no dia 30 de Junho,
o presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, apelou à necessidade de, na Guarda, a saúde ser despartidarizada.
Álvaro Amaro observou que, no futuro, vai haver um reordenamento da rede hospitalar em Portugal e, por isso, lembrou que na inauguração do novo bloco do HSM, defendeu a criação de um pólo universitário. “Isso é que vai garantir à Guarda os serviços que cá ficam. O verdadeiro perigo é que se concentre tudo num sítio onde se tem uma faculdade, uma universidade”, apontou.
Sobre o assunto, Armando Reis, líder parlamentar da bancada do PS, disse que o seu partido “nunca quis partidarizar o assunto da saúde” e disse ser fundamental que “a nossa luta sobre o HSM seja o apelo de que o Governo assuma a complementaridade entre as unidades de saúde da região”. Também disse que “é imperioso” que se tome uma decisão sobre o futuro dos antigos edifícios do Hospital e que a Guarda lute para que todos os edifícios sejam reabilitados e tenham utilização.
A Assembleia Municipal também aprovou uma moção, apresentada pelo deputado Honorato Robalo, da CDU, relacionada com a Portaria que prevê a reorganização da rede hospitalar e pretende classificar e hierarquizar em diferentes níveis os Hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O documento aprovado com 19 votos favoráveis e 51 abstenções considera que “não podemos permitir que a Beira Interior fique servida apenas por hospitais de nível I, que não podem ter áreas de influência indirecta, o que significa que nessas áreas deixarão de existir especialidades como Oftalmologia, ORL, Cardiologia, Gastrenterologia, Oncologia, Infecciologia, Obstetrícia, Neonatologia, etc. De imediato está em causa a UCI da Cardiologia, depois a Maternidade, a neonatologia e os outros serviços, pois não é uma lógica bairrista que deve imperar mas sim uma atitude política de combate às opções de esvaziamento paulatino do SNS no Interior do país”. Acrescenta que “a capacidade de resposta do SNS será duramente afectada, serviços essenciais serão definitivamente afastados dos cidadãos, com claro prejuízo para a sua assistência e saúde, e o SNS deixará de respeitar os preceitos constitucionais. É a maior machadada no SNS desde a sua criação, por isso dizemos basta e exigimos a revogação da Portaria”, lê-se na moção.