“Gouveia da Inquisição à Polícia Política – a delação, opressão e repressão de uma comunidade durante 500 anos”, uma actividade de conhecimento dos espaços urbanos de Gouveia ligados à perseguição inquisitorial, à repressão do fim da monarquia e à do Estado-Novo terá lugar esta sexta-feira, 5 de Abril, em Gouveia.
Esta iniciativa tem início pelas 10.00 horas, na Casa da Vivência Judaica, e acontece no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e da celebração do Dia Nacional da Memória das Vítimas da Inquisição no dia 31 de Março.
“Apesar desta, aparentemente, insuspeita ligação, entre os períodos da nossa história comum, mais do que nunca importa recordar e conhecer na nossa história os eventos, histórias, lugares e personalidades que sofreram com a repressão e a opressão dos aparelhos estatais do nosso passado, destacando-se, entre os quais as comunidades judaicas e criptojudaicas que atravessaram este período de 500 anos da nossa história”, explica a autarquia de Gouveia.
E acrescenta: “A existência de um sistema delatório ao longo dos quase 300 anos de Inquisição e a actuação da polícia política no séc. XX também apresentam acções semelhantes, que deixaram um profundo legado na memória local, que o tempo, apesar de tudo, não apagou totalmente, estando as mesmas guardadas na arquitectura, na toponímia e no urbanismo local, em sublimes evidências que no nosso dia-a-dia percorremos, mas não identificamos”.
Através de um percurso de 7 km, pelo centro histórico, os participantes são convidados a ir ao encontro das memórias desses tempos, simbolizados nas cadeias medieval e do Estado-Novo, passando pela capela de S. Miguel onde a memória da primeira greve no país está na sua fachada, passando pela Rua Eulalia Mendes. A participação nesta iniciativa é de carácter gratuito, sendo que a inscrição é obrigatória, e com um limite máximo de 15 inscrições.