Incêndios
Os três incêndios florestais registados na terça-feira, dia 2 de Setembro, nos concelhos de Almeida e de Seia, destruíram uma grande área de pinhal e de mato que, numa primeira estimativa, poderá ultrapassar os 2.500 hectares.
No concelho de Almeida, o presidente da Câmara Municipal, António Baptista Ribeiro, calcula que a área ardida “se situe entre 1.500 a 2.000 hectares”. O incêndio, que começou junto da localidade de Senouras/Leomil, avançou em direcção à povoação de Aldeia Nova, na margem esquerda do Rio Côa, e depois passou para a margem direita, seguindo na rota das localidades de Junça, Naves e Almeida, indicou. Nas aldeias de Junça e de Naves as chamas rodearam as habitações e armazéns, o mesmo acontecendo na área periférica da vila de Almeida, junto do rio Côa, onde se localizam casas isoladas. No entanto, segundo o autarca, durante a progressão das chamas “ardeu essencialmente mato e pinheiros” e uma pequena casa de arrumos, junto a Almeida. “Há a registar um elevado prejuízo ambiental, mas, de bens, não há registo que houvesse grandes prejuízos e as pessoas também não estiveram em perigo”, observou.
O presidente da Câmara Municipal de Almeida lembra que o incêndio “teve uma proporção enormíssima, porque há muita manta vegetal e muito mato”. “Tinha várias frentes e, a certa altura, calculei que chegou a ter uma frente muito próxima dos 10 quilómetros de extensão”, acrescentou. O autarca lamenta que em algumas localidades ameaçadas pelas chamas, tenha verificado que os terrenos em redor das povoações não se apresentem limpos. “É inadmissível que, pelo menos junto às povoações, as pessoas não limpem o mato”, disse. Em sua opinião, as autoridades “terão que actuar com maior firmeza porque, senão, temos todos os anos os mesmos casos”. “Temos que ser implacáveis nestas exigências”, afirmou, lembrando que o fogo também tomou “proporções gigantescas porque não se faz a limpeza dos matos” que invadiram os terrenos agrícolas. Indicou que em alguns locais os proprietários limparam os terrenos, mas os vizinhos não tiveram a mesma postura e as chamas progrediram na mesma.
Já no concelho de Seia, os fogos que lavraram em dois locais distintos do concelho, em Alvoco da Serra e Teixeira de Cima/Teixeira, consumiram uma área superior a 500 hectares. Fonte do Comando Territorial da GNR da Guarda adiantou que as estimativas apontam para que os incêndios tenham destruído “mais de 500 hectares de área do Parque Natural da Serra da Estrela, essencialmente de mato rasteiro”.
O Gabinete Florestal da Câmara Municipal de Seia está a realizar o levantamento da área ardida e dos prejuízos causados pelas chamas, mas fonte da autarquia adiantou que “basicamente arderam matos de regeneração natural e uma pequena área de pinheiro bravo com cerca de 11 anos”.