“O turismo é uma das maiores potencialidades do Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo”

Entrevista: Paulo José Gomes Langrouva, Presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo

Paulo José Gomes Langrouva, Presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, é natural de África do Sul.Estudou na África do Sul e, mais tarde, em Pinhel e Lisboa.Ocupa os tempos livres com a corrida e com a leitura.
A GUARDA: A Amendoeira em Flor ainda é uma marca identitária do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, ou nem por isso?
Paulo Langrouva: As amendoeiras em Flor continuam, sem dúvida, a ser uma marca identitária muito forte no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. São um cartaz turístico atractivo desta região, um dos postais mais apelativos desta terra marcada pela cultura, tradição e hospitalidade, que nesta altura do ano recebe milhares de pessoas, que chegam de vários pontos do país para desfrutar desta paisagem única.Para além desta beleza natural, do património edificado e das gentes acolhedoras, é uma altura em que se destacam os produtos endógenos da região: uma gastronomia de excelência associada aos vinhos, ao azeite, ao mel e aos doces como ingredientes que se podem apreciar.Todos os anos o Município apresenta um programa que associa: artesanato, gastronomia, tasquinhas, complementado com animação, proporcionando aos turistas a compra dos nossos produtos endógenos, revelando-se como muito importante para a economia do Concelho, tanto para a restauração, alojamento e para os produtores.Devido à situação pandémica que atravessamos e não podendo assinalar o evento com o mesmo fulgor que em anos anteriores, mas também não querendo deixar passar a data em branco, preparamos um levantamento histórico-cultural sobre os anos dourados da Festa das Amendoeiras em Flor.
A GUARDA: A autarquia tem algum programa específico para promover a cultura do amendoal?
Paulo Langrouva: Sim. O Município criou o Regulamento Municipal de Apoio ao Sector Agrícola: “Figueira + Verde”. É um Programa que incentiva a plantação de amendoeiras, castanheiros, oliveiras, laranjeiras em conjugação com outros apoios destinados à agricultura. A plantação de amendoeiras é essencial para o enriquecimento da oferta turística concelhia, bem como, toda a dinâmica agrícola.Este programa encontra-se em vigor desde 2014 e já foram atribuídos 379.753,14 euros no total, sendo mais 33.000,00 euros direccionado às plantações de amendoeiras, oliveiras, entre outras.
A GUARDA: Podemos dizer que o borrego da Marofa é outro dos produtos que faz do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo uma referência gastronómica da região?Paulo Langrouva: Efectivamente a aposta deste Executivo da promoção e divulgação do borrego da Marofa constitui um ponto de viragem na afirmação da gastronomia do Concelho. Graças à intensa actividade pecuária no concelho, com significativo número de ovinos, o território conseguiu nestes anos, destacar-se não apenas pela quantidade, mas fundamentalmente pela qualidade dos seus produtos agro-pecuários.O Borrego da Marofa tem características únicas, pois a sua produção assenta num processo alimentar natural e único, em resultado da qualidade das pastagens no sopé da serra da Marofa.Com este produto de elevada qualidade gastronómica, não poderia o Município eximir-se à criação de um evento, a saber, o “Festival do Borrego da Marofa”, para promover o borrego da Marofa, revelando-se de vital importância para a dinâmica na restauração.Este Festival, que já vai na sua 6ª edição, tem sido um sucesso. Centenas de pessoas vêm todos os anos deliciar-se com este produto, Borrego da Marofa, nas diferentes formas de confecção.Não é só no Festival que os apreciadores desta iguaria se podem deliciar, uma vez que o Borrego da Marofa passou a constar nas ementas dos restaurantes do Concelho.Com o intuito de incrementar a promoção deste prato, o Município celebrou um protocolo com a CP – Comboios de Portugal, S.A., criando-se um “programa especial” designado por “Rota do Borrego da Marofa”, onde se proporciona viagens de ida e volta para Lisboa, a preços reduzidos, proporcionando aos visitantes a degustação do borrego da Marofa nos restaurantes aderentes e que inclui também visitas guiadas à Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo e ao Mosteiro de Santa Maria de Aguiar.
A GUARDA: De que maneira é que a autarquia tem valorizado e promovido as zonas rurais do concelho? Paulo Langrouva: Este Executivo sempre valorizou as pessoas e consideramos de primordial importância garantir-lhes saúde, bem-estar e qualidade de vida.Assim, criámos um Seguro de Saúde Municipal, único no País e na Europa, que garante o acesso a cuidados de saúde primários a todos os residentes no Concelho, ou seja, os residentes têm acesso a consultas de clínica geral, especialidades e meios de diagnóstico complementar, totalmente gratuitos, incluindo os transportes para a realização de exames de diagnóstico.A par desta iniciativa também se assegurou o serviço de transporte gratuito a todos quantos queiram deslocar-se das aldeias à sede do Concelho para um simples passeio ou eventualmente para tratar de assuntos pessoais. Complementarmente, assegura-se também o transporte dos estudantes da Guarda para Figueira de Castelo Rodrigo às sextas-feiras à noite e regresso à capital do Distrito no domingo.Criou-se também um serviço designado por “Apoio ao Idoso” que possibilita resolver pequenas reparações no domicílio, totalmente gratuito, como forma de apoiar os nossos seniores.Prevê-se recuperar todas as Escolas Primárias do Concelho com o objectivo de se criar as condições para se estabelecerem centros de convívio, apoiados pelos “animadores da aldeia” que desenvolverão múltiplas valências junto das populações locais.Além disto, criar-se-á em cada aldeia, “Uma Aldeia, Uma Praça” que permitirá criar espaços aprazíveis para acolher os nossos seniores para garantir um convívio saudável.A GUARDA: Como vê o futuro do concelho em termos turísticos, culturais e ambientais?
Paulo Langrouva: O turismo é uma das maiores potencialidades do Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo.Apresenta uma grande riqueza de património edificado, encontrando-se em todas as freguesias obras de grande valor que desvendam segredos e recordações de grandes episódios da nossa história, da qual a Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo é um exemplo. Muitos destes visitantes chegam até nós pelo rio Douro navegável, através do cais de Barca D’Alva. Temos vindo a dotar o Concelho com diversos espaços culturais com o intuito de se criar uma rede de espaços visitáveis que permita aos visitantes terem uma oferta que garanta, pelo menos, uma dormida. Ainda recentemente foi inaugurado o Centro Interpretativo Ephraim Bueno, que retrata um pouco da passagem dos judeus pelo concelho, a requalificação da Torre de Almofala e o Centro Interpretativo da Batalha de Castelo Rodrigo que brevemente estará terminado, são exemplos das ofertas culturais disponíveis.Os vários eventos que são promovidos ao longo do ano têm atraído muitos visitantes.
A GUARDA: Castelo Rodrigo continua a ser um local a valorizar e a descobrir?
Paulo Langrouva: Castelo Rodrigo é um dos ex-libris do Concelho. A icónica Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo recebe milhares de visitantes por ano, quer pelo seu património edificado, quer pela sua história e cultura, pela sua autenticidade ou pelas suas gentes afáveis e acolhedoras.Temos iniciativas culturais ao longo do ano para dinamizar a Aldeia, dando-lhe “vida”, movimento e assim atrair mais visitantes, a esta que é uma das 7 Maravilhas de Portugal, na categoria de “aldeia autêntica”.A valorização desta Aldeia passa também pela melhoria das acessibilidades e da mobilidade dentro das muralhas, pelo que, está em curso a construção do Eco Parque de Castelo Rodrigo com este propósito. Também a conetividade é um pilar de atração essencial e Castelo Rodrigo está dotado de fibra ótica que garante eficácia na conetividade.É sem dúvida alguma um local para continuar a valorizar e a dar a conhecer
A GUARDA: Quais as principais obras que destaca ao longo deste mandato?
Paulo Langrouva: Há várias obras de relevo que foram feitas ao longo deste mandato, concretamente, a recuperação do Monumento Nacional Torre das Águias ou Torre de Almofala, o Centro Interpretativo Judaico Ephraim Bueno, a Requalificação do Centro de Interpretação da Batalha de Castelo Rodrigo.A construção do novo troço Rua Artur Seixas no coração da Vila permitirá alargar o perímetro urbano, bem como, a requalificação das Piscinas Municipais constitui uma obra de grande importância, apostando-se na eficiência energética. No entanto, refira-se que múltiplas pequenas obras importantes, foram executadas nas várias aldeias, como alcatroamento de estradas, recuperação de edifícios, embelezamento de espaços, entre outros.
A GUARDA: Quais os projectos que ainda gostaria de ver concluídos até ao final do mandato?
Paulo Langrouva: Gostava de salientar as cinco obras de grande relevo e importância que têm de estar concluídas até ao final do meu mandato, a saber, o Centro de Dia de Figueira de Castelo Rodrigo, a Clínica de Imagiologia e Centro de Fisioterapia Geriátrica no domínio da saúde, a Incubadora de Empresas na Zona Industrial de Figueira de Castelo Rodrigo e o Eco Parque da Zona Industrial de Castelo Rodrigo. Claro que, haverá ainda outras obras, mas estas são efectivamente as prementes.
A GUARDA: É um Presidente feliz? Vai ser novamente candidato à Câmara? 
Paulo Langrouva: Sim, posso afirmar que sou feliz, porque, na minha modesta opinião, consegui cumprir com a missão do serviço público, concretamente, o dever de servir as populações, garantindo-lhes qualidade de vida, bem-estar e saúde. Creio que este Executivo conseguiu cumprir. Quanto à questão da minha recandidatura, tendo em conta que a situação ainda não está oficializada pelo partido, não será oportuno pronunciar-me sobre o assunto.

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