Muitas palavras poderiam definir o tempo que, voluntariamente, decidimos cortar cerce com o quotidiano e que apelidamos de férias. Cada um pode completar esta lista com as palavras que desejar e encontrar. Aqui vão as minhas:
Férias, liberdade, sol, descanso, passeios, praia, viagens, fronteiras, mar, floresta, montanha, estrada, avião, aeroporto, amizades, alegria, paixão, namoro, encontros, visitas, família, almoços, caminhadas, jantares, cafés, esplanadas, festas, felicidades, peregrinações, ternura, saudades.
As férias são emoções e encantos que tentamos apreciar e viver fora do ramerrame do nosso quotidiano.
Também o tema das férias me inspirou alguns sonetos que a seguir transcrevo:
Fui a Portugal e não encontrei
Fui a Portugal, já não encontrei
Na minha rua gente conhecida.
Tudo mudou após minha saída!
E ninguém deu conta que eu cheguei!
Portugal é diferente eu bem sei!
Mas ao vê-lo assim faz-me ferida,
Que esmaga a minha alma incontida.
Não foi este o país que eu sonhei.
Por outros momentos vou esperar,
Respeitar o ritmo e a evolução.
É grande o amor pelo meu país!
Perto, longe sempre o irei amar.
Coragem! Bons momentos advirão
Que farão nossa terra mais feliz!
Aterrar em Lisboa
Enfim, a Lisboa estou a aterrar!
Dá-me as boas vindas o Cristo-Rei!
Está a avisar que ao país cheguei!
Pátria amada, coração a pulsar!
O Castelo no topo da colina,
As águas azuis do espraiado Tejo,
A Baixa, a Praça do Comércio. Vejo
A Torre de Belém, forma franzina,
Mais à frente, o Padrão Descobrimentos!
Carros, como formigas em carreiro!
Tascas, preparando peixe grelhado!
Jerónimos são agradecimentos!
Programa para Lisboa está traçado!
Será amanhã passeio primeiro!
UM SACO DE SAUDADES
No avião que me leva a Lisboa
Tenho na mão um saco de saudades
Para encher em todas as cidades
Em que passar. Não o farei à toa!
Começarei por Fernando Pessoa.
Tenho com ele grãs cumplicidades.
Da minha parte não são veleidades!
Seu versejar minha mente povoa!
Colherei flores, rosas e alecrim,
No Alentejo, tão apetecido,
Essa província, planície sem fim!
Convicto, gastarei o meu latim
Para mostrar que Portugal querido
É, à beira-mar, um belo jardim!
Joaquim Tenreira Martins