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“SEDE COMO HOMENS QUE ESPERAM…”

No Domingo passado, com a advertência sobre o perigo das riquezas e a tentação da ganância, autêntica idolatria,

Jesus terminava recordando que o fundamental é tornarmo-nos ricos aos olhos de Deus. Em continuidade, o Senhor chama-nos hoje a criar um tesouro nos céus, para que o nosso coração se dirija para lá, pois “onde está o vosso tesouro aí está o vosso coração”
Se a realidade mais importante da vida é Deus, se o Reino de Deus é o único tesouro que buscamos, se no fim da vida terrena esperamos encontrar-nos com Ele, então cada dia se torna um passo no caminho para uma meta feliz. Deus é o sentido único da existência cristã, a única herança que esperamos receber. Acreditar, confiar e esperar são as atitudes que nos hão-de orientar neste caminho.
O apelo de Jesus, “sede como homens que esperam”, podia ser o lema de vida dos cristãos. Homens que esperam. A primeira leitura recorda a noite em que o povo de Israel saiu do Egipto. Naquela noite, os judeus comportaram-se como homens que esperam a passagem de Deus e a libertação por Ele oferecida. São Paulo, na segunda leitura, descreve a fé como “a garantia dos bens que se esperam”. A fé é certeza de que Deus nunca desilude quem n’Ele confia, quem a Ele se entrega e d’Ele espera tudo.
“Sede como homens que esperam o regresso do Senhor”. As parábolas que hoje nos falam da necessidade de vigilância e de estar preparados, em atitude de serviço, para o regresso do Senhor, ilustram o modo como um cristão deve viver a virtude da Esperança. Com termos talvez mais actuais, podemos chamar à vigilância lucidez e ao serviço responsabilidade.
“Sede como homens que esperam”, com lucidez e responsabilidade, a segunda vinda de Cristo e a graça do Céu. Mas não desprezeis a terra e as realidades terrenas. Porque esperar não é, nunca pode ser, viver neste mundo de braços cruzados e de olhos fechados.
“Sede como homens que esperam”, com lucidez e responsabilidade. Viver a esperança com lucidez é ter os olhos abertos, saber interpretar o tempo presente à luz do evangelho, cultivar a arte do discernimento, ter espírito crítico, ser “simples como as pombas e prudente como as serpentes”. Viver a esperança com responsabilidade é ser activo na transformação da sociedade, no crescimento da comunidade, na procura da justiça e da verdade, na caridade e na procura do bem comum.
“Sede como homens que esperam”. Como os judeus na noite da saída do Egipto, assim os cristãos devem viver cada dia como se estivessem sempre na meia-noite da história da salvação, à espera do Senhor que passa, para nos fazer passar com Ele. Estejamos prontos, “de rins cingidos”, vigilantes e ao serviço, lúcidos e cumprindo os nossos deveres eclesiais e de estado, prontos a tomar parte no banquete que o Senhor tem preparado. “Na noite da nossa vida, com a luz da fé acesa, esperamos alegres a sua última vinda”.

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