Todos os anos, sensivelmente no início do Advento, este de 2023 não foi exceção, os troncos de muitas árvores desta cidade da Guarda exibem as fantasias das crianças expressa em motivos natalícios.
Bem sabemos que os impulsionadores deste evento são os adultos que trabalham com as crianças e as famílias das mesmas.
Não deixa de ser verdade que muito dos trabalhitos se devem às crianças. São elas que, dias a fio, vão tecendo a sua obra de arte. Tesouras, lãs, plásticos, papeis, colas, madeiras, pinhas, molas de roupa e não sei que mais, tudo serve.
A ‘Obra’ vai nascendo entre os seus dedos e a fantasia do momento. Dura bastantes e espera-se muito. É o tempo da maturação e de advento. Mas vale a pena… Até que finalmente chega o dia de serem exibidos todos os trabalhos. São horas de azáfama e de muito trabalho. Este sim é desempenhado pelos adultos.
Concluído o tempo necessário para a sua montagem, lá ficam estas obras de arte, entre mil e uma luzinhas resistindo à chuva e vento, geadas e outras intempéries.
Só a força dos pequenitos motivará os pais, familiares e outras pessoas a passarem por lá e assim admirarem o trabalho feito. Há sorrisos, admiração, muitas fotos e até vídeos “para mais tarde recordar”. Assim expostos não deixam de motivar a curiosidade de muitos transeuntes. Foi o meu caso.
São obras realmente pequeninas e diminutas. Ficam dispersas por tudo quanto é sítio. Julgo que ninguém as vê na sua totalidade. Cada um procurará a que lhe diga respeito.
Como são grandes os artistas que as elaboraram.
Verdade ‘verdadinha’, que não irão durar muito. A mãe Natureza irá devorá-las e todas acabarão, dia menos dia, por cair no esquecimento.
Consola-nos o facto de terem sido marcos muito importantes na vida destes artistas de palmo e meio. Eles continuarão a amá-las e a identificar-se com elas enquanto um outro sonho maior não despontar na sua fantasia. Alguns, no próximo ano, estarão de volta. Novos sonhos tornar-se-ão realidade.
Assim é a vida de cada um nós. Julgo eu.
Boas Festas.
Alfredo Neves