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O melhor que vem do céu

Sou um filho do campo e criado no campo num tempo em que a grande maioria da população portuguesa dependia do sector primário, o que quer dizer que era a agricultura a principal ocupação das gentes do meu país.

Cedo me comecei a aperceber de que era a chuva e o sol as principais fontes de energia que alimentavam o solo da minha terra para que tudo fosse fértil e possibilitar a alimentação da gente que habitava nesta varanda de Europa virada para o Atlântico.
Dentro deste cenário prestava-se a maior atenção a evolução do clima, onde se pretendia que a escassez e o excesso, se desviassem do espaço rural, para que o mesmo pudesse conceber uma boa produção dentro das culturas que os homens da terra pretendiam que sucedesse sem sair dos princípios a que tudo era destinado.
Havia uma especial atenção pelas fazes da lua no que respeitava a sementeiras, plantações, podas e enxertias, com uma certa separação entre o crescente e o minguante, como também se não queriam longos períodos ensolarados bem como chuvosos, pois tudo isso levava a um excesso por um lado e escassez pelo outro, fugindo ao tal equilíbrio eficaz para um desenvolvimento proveitoso da área rural.
Há semelhança do tempo que estamos a viver, sempre houve secas neste país ao longo dos anos, no entanto aqui aparece uma circunstância agravante: actualmente o consumo de água é muito maior, quer seja na distribuição do abastecimento domiciliário, quer seja num aumento desproporcionado das áreas de regadio, muito embora tenha que se ter em conta o investimento que tem acontecido na retenção das águas que teriam o mar como destino. Estou a falar das várias barragens que se levantam ao longo das múltiplas linhas de água existentes neste país, bem como de charcas abertas nos locais mais favoráveis, para que o bem mais precioso da terra se possa aproveitar para os múltiplos benefícios que nos dá.
Aqui chegados, verificamos de que o ano em que vivemos, se apresenta como um mau ano de produção agrícola devido aos dois factores que o céu nos envia! Estou a falar do excesso de sol e da escassez da chuva. Devido à consequente falta de água no solo e com sol e vento em simultâneo a terra cultivável torna-se árida e os lençóis freáticos vão escasseando, logo os proventos da ruralidade tornam-se mais débeis, o que a par do despovoamento que se tem vindo a sentir, faz com que se caminhe a passos largos para a temível desertificação.
No dizer dos homens da ciência, a seca vem para ficar, pois verifica-se o tal aquecimento global do planeta, em resultado dos desmandos da civilização. Irá acontecer que a pluviosidade será menor, logo tornará menos a água potável, enquanto que a água salgada subirá de nível devido aos descongelamento dos glaciares. Este desequilíbrio provocará tremendas dificuldades à vida humana tanto para existir, como na sua qualidade de vida. Isto são factos que vão chegando relatados pelos mais diversos crânios entendidos na física do clima.
Também é verdade que se diz, que isto pode acontecer a médio prazo, se até lá não se desencadear uma acção que tente inverter o rumo dos acontecimentos, que é fazer diminuir o dito aquecimento global. No meu ponto de vista, este médio prazo será sempre curto, tendo em atenção tudo o que é necessário fazer e a cadência da marcha do tempo. Todavia há sempre uma esperança para que a situação venha a melhorar, pois não podemos pôr em causa os valores da ciência que está muitos atenta à evolução desta problemática da pluviosidade.
É dentro destes princípios que eu analiso a situação em que o país está envolvido, desejo muito que ela melhore e se possível comigo ainda por cá, muito embora eu não veja possibilidade para que tal aconteça, pois tudo o que possa levar a uma transformação demora o seu tempo, como tal penso que tudo irá para lá do meu prazo de validade.
Assim vos deixo com o meu coração aberto. Aqui voltarei na devida oportunidade, possivelmente com uma visão mais optimista. Basta que chegue “O melhor que vem do céu”.
Até lá haja sempre boa saúde!

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