Servem estas duas palavras parónimas para dar início e corpo a este meu escrito,
que serve para vos dar a conhecer o meu parecer sobre o momento em que vivemos. Há quem lhe chame guerra, mas eu não vou nessa porque este inferno que nos envolve, não nos dá tácticas nem abrigos. Nem sequer sabemos de que lado está o inimigo, nem tão pouco conhecemos o rasto da sua passagem.Em boa verdade eu não sei se alguém pode garantir o seu estado de saúde, pois em poucos minutos pode-se sentir alvejado, sem saber porquê nem de donde, seguir os caminhos do socorro e ficar sujeito a não mais voltar para contar como foi.Esta incerteza afecta-nos muito mais, quando vemos partir gente da nossa geração e até mais nova, a quem uns tempos antes víamos de boa saúde. Tendo isto como certo, nunca sabemos quando chega a nossa vez e se nos calha a sorte de ficar para contar como foi. Também não sabemos se todo cuidado é suficiente. Estou a falar do inferno que assentou arraiais neste inverno, tempo de que pouco se gosta, pelo menos eu e os da minha geração, que em meados do século passado fomos criados com pouca roupa. Todavia há quem goste da beleza da neve e dos seus desportos, só que para mim quanto mais afastado melhor.O tormento que nos afecta damos-lhe o nome de pandemia. Estamos numa fase inicial de vacinação, pensando até agora ser o único remédio para banir esta doença. Só que à medida que a vacinação avança, eu vejo os números de infectado a aumentar e a letalidade nos números mais altos ou perto deles.A pandemia começou no inverno deu a volta ao ano inteiro e já está a meio deste, portanto com um ano quase completo. Devemo-nos lembrar que é uma estação do ano em que os seres vivos muito se ressentem, muitos desaparecem, voltam a aparecer no tempo mais quente, muitos dos legumes queimam-se, a maioria das árvores perdem a folha e alguns dos animais, como os rastejantes e o morcego hibernam, ficam num género de coma profundo até que o calor lhes dê mobilidade.Só que o vírus pandémico não entra em hibernação, pelo menos que se saiba, nem se vê resultado disso. É aqui que eu tenho esperança num clima mais temperado para que surja mais acalmia na sociedade e não deixar cair aquele hábito que fomos criando e que tanto nos recomendam, que é a distância uns dos outros e a fuga aos aglomerados.A Humanidade ao longo da sua existência, de tempos a tempos, foi sofrendo de várias pestes que a foram dizimando, sempre se foi criando através da ciência medicação para debelar esses males, no entanto agora, no meu ponto de vista torna-se mais difícil devido à circulação de pessoas pelo Mundo ser muito maior e os contactos entre pessoas de várias etnias ser muito mais frequente, sem que as regras que são aconselhadas se mantenham. Embora eu sinta uma certa preocupação, bem como os amigos que me são próximos, confesso que ainda tenho a esperança a morar perto de mim. Afirma-se com toda a verdade de que a esperança é a última a morrer, logo é bom conservá-la junto de nós, lembrando bem a sentença da filosofia popular: – Quem espera sempre alcança.Estou bem ciente de que não é a pior de todas as doenças que o Mundo tem enfrentado e continua a enfrentar, sem que a cura esteja ao alcance dos cientistas. Apenas se sabe de que o mal vem daqueles que querem o mundo só para si.Estou a falar da “Fome”. Entre nós existem em alguns pontos do pais luso uma certa deficiência no regime alimentar, mas comunidades inteiras, sobretudo as crianças de tenra idade por aqui não se vai notando, nem ainda se voltou de uma sardinha para três, ou até mesmo não haver qualquer sardinha.Embora com o medo, por cá vamos vivendo em paz e com uma certa dose de restrições. mas com a barriga aconchegada. Que Deus no ajude!