DOMINGO XIII DO TEMPO COMUM – O Bem, a que somos chamados pela fé, leva-nos a imitar a generosidade de Jesus.
A Liturgia da Palavra deste XIII Domingo Comum, coloca diante o tema da fé que Jesus confirma no Evangelho, nos dois casos descritos, “Basta que tenhas fé! A tua fé te salvou!”
A fé como graça e força para podermos colocar em Deus a nossa confiança e através do Seu filho Jesus Cristo aceitarmos a resposta que a confirma. É também a atitude de humildade que reconhece no Criador a fonte da qual jorra todo o Bem e para o qual todos fomos criados. É também a prática da generosidade que se alicerça no exemplo d’Aquele que sendo rico se fez pobre por nossa causa.
A primeira leitura do livro da Sabedoria diz-nos claramente que Deus não quer nem se alegra com a morte e a perdição de ninguém. Deus criou todas as coisas com o mesmo destino, o destino do Bem. Assim podemos acreditar na Palavra de Deus que nos confirma a certeza de que fomos criados à Sua imagem e semelhança. Por isso, procuremos praticar e fazer aquilo que revela a nossa semelhança com Deus e que é o Amor, dando uma imagem autêntica do Deus em que acreditamos, já que só podemos passar uma imagem de um Deus Bom se nós praticarmos o Bem baseados no Seu Amor.
A segunda leitura, apresenta-nos São Paulo a pedir aos cristãos de Corinto que sobressaíssem na generosidade como o fazem, “na fé, na eloquência, na ciência, na atenção e na caridade”. (2Cor 8,7)
Este pedido, baseia-se no exemplo de Jesus Cristo, que como diz este texto da carta aos Coríntios, “Ele, que era rico, fez-se pobre por vossa causa, para vos enriquecer pela Sua pobreza”. (2Cor 9,13)
Por isso, a súplica feita aos Coríntios, numa alusão ao exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo, não tem em si o desejo de acabar com os que têm muito, para dar aos que têm pouco ou nada, mas tem em si o desejo da distribuição equitativa e justa como está escrito no livro do Êxodo: “A quem tinha colhido muito não sobrou e a quem tinha colhido pouco não faltou.”
A generosidade alimenta a fé e a fé transforma a generosidade em ação divina que faz crescer a semente da Esperança num mundo melhor.
No Evangelho, os exemplos de Jairo, chefe da sinagoga e da mulher que padecia de hemorragias, dão-nos a oportunidade de refletir sobre a fé, como graça e como força para que a ousadia não desapareça quando temos razões mais do que suficientes para que as nossas súplicas revelem o reconhecimento do poder de Deus.
Por isso, a fé deve fazer-nos acreditar que aquilo que pedimos tem n’Aquele a quem suplicamos, poder para realizar o que Lhe pedimos, como aconteceu com Jairo que acreditava que Jesus podia “impor as Suas mãos sobre a sua filha, para que se salvasse e vivesse”, e a mulher doente que acreditava que “se ao menos tocasse nas vestes de Jesus, ficava curada.” Estas duas pessoas acreditavam que Jesus tinha poder para curar!
A fé, contudo, deve-nos mover para ir ao encontro de Jesus, assim aconteceu nos exemplos descritos no Evangelho: Jairo vai ter com Jesus, caiu a seus pés e pediu-Lhe com insistência; a mulher movida pela fé, procura pelo meio da multidão, tocar nas vestes de Jesus.
Hoje, este encontro com Ele, reveste-se de uma realidade sacramental, pois nos sacramentos Deus ama-nos, acolhe-nos, continua a tocar-nos e a libertar-nos das feridas interiores do coração, fazendo-nos passar do pessimismo à esperança.
Também numa autenticidade de fé, o que pede não pode confundir, um mero sentimento supersticioso com a verdadeira Fé. A humildade com que nos colocamos perante O Senhor Jesus, que não exige de nós uma recompensa, mas uma atitude gratuita consigo mesmo, deve manifestar a disposição para vivermos da Esperança e da confiança em Jesus, na certeza de que na Sua presença até as realidades mais escuras são iluminadas.
Pela fé reconhecemos que fomos criados para o Bem, a fé faz-nos ir ao encontro d’Aquele que nos revela a Bondade de Deus, e a fé faz-nos acreditar que a generosidade dignifica a nossa origem.