Hoje resolvi titular esta minha crónica com a mesma legenda que a minha amiga do peito, a ilustre cantadeira de Manhouce, deu a uma dos seus livros.
Estou a falar da senhora Comendadora Isabel Silvestre figura maior das montanhas mágicas, que muito nos conta sobre o saber do seu povo, bem como a adaptação do mesmo às adversidades do clima e das dobras do terreno da sua região. Eu aqui vou falar da memória do meu povo, do meu povo, que aqui também tem o significado de localidade.
Concretamente estou a falar de uma homenagem que no passado ia vinte e nove de outubro se realizou na minha terra natal que é a freguesia de Fornotelheiro, no concelho de Celorico da Beira levou a efeito para celebrar os setenta anos da nomeação do falecido padre Alberto da Silva Ribeiro como pároco da referida paróquia.
Aqui, além da memória também dei conta da alma do meu povo, do modo como se vergou perante aquele que mais de quarenta anos ali paroquiou e que sempre semeou a fé com as virtudes que sempre lhe foram reconhecidas.
Esta cerimónia foi presidida pela figura maior da Diocese da Guarda o Senhor Bispo Dom Manuel Felício, que devidamente coadjuvado deu um verdadeiro brilho às celebrações, onde destacou as qualidades humanas e sacerdotais da grande figura que ali se homenageava, bem como felicitou os familiares diretos ali presentes. Também aqui marcaram presença as principais figuras do munício, através do seu presidente do executivo e também da sua presidente da mesa da Assembleia Municipal, com a particularidade de esta figura ter umas fortes ligações à paróquia do Fornotelheiro.
Viveu-se aqui o ponto alto da cerimónia. Posteriormente e no exterior e perante um clima agressivo, o presidente da Junta de Freguesia Bruno Almeida proferiu algumas palavras alusivas ao evento e também eu usei da palavra onde li uma poema escrito em acróstico alusivo à vida e obra do ilustre membro do clero ali homenageado.
Confesso que não me senti muito à vontade nesta minha intervenção, pois nunca fui paroquiano do senhor padre Alberto Ribeiro, dado que de tenra idade passei a viver numa paróquia vizinha. Muito embora nunca tivesse tido com ele qualquer ato religioso, mantinha por ele uma certa admiração quanto à sua conduta e personalidade.
Posteriormente foi descerrada uma lápide a evocar a data e o acontecimento, onde usou da palavra a sua sobrinha e afilhada Ângela Ribeiro, que muito comovida agradeceu o feito e a presença de todos quantos ali estávamos.
Seguiu-se uma visita na casa que tinha já o nome do homenageado, onde constavam imensas fotografias relativas à vida e atividade do venerando padre Alberto Ribeiro. Nesta exposição constava uma cópia de uma pagina do extinto jornal a Nova Guarda que e eu escrevi sobre este ilustre pároco, datada do ano de dois mil e seis. Foi também distribuída uma edição especial do Arauto da Verdade, jornal já extinto, mas que este pároco fundou. Também aqui tive o grato prazer de ter sido sondado por pessoas da freguesia de Freches, freguesia das origens do senhor Padre Alberto Ribeiro que manifestaram o prazer em me conhecer devido aos artigos que entretanto vou escrevendo neste jornal “A GUARDA”.
Também tive o gosto de encontrar o senhor Álvaro Ribeiro, irmão do homenageado. Aqui comovi-me um pouco pois o seu estado de saúde está bastante debilitado. Claro que no final das cerimónias houve uma refeição para recompor o estômago, nas instalações da Junta de freguesia, onde troquei algumas palavras amigas com o senhor Bispo Dom Manuel Felício.
Fiquei muito sensibilizado com este cerimonial, pois além de ser justo e merecido, mostra ainda a alma do povo, que se não esquece daqueles que de forma abnegada, se vão dedicando à causa comum.
Foi um dia que não vou esquecer. Resta-me agradecer ao senhor presidente da Junta de Freguesia por me ter convidado, bem como aos restantes elementos do executivo e a todo o povo do modo como me recebeu.
Despeço-me de vós até ao dia vinte e três deste mês e ano. Até lá haja saúde e paz para todos nós.