Atendendo à semana em que nos encontramos, vou falar do dia mais falado neste mês que é o dia vinte e cinco.
Quando falamos em vinte e cinco de abril, associamos por norma o ano de mil novecentos e setenta e quatro, em cuja data e simultaneamente faleceu o Estado Novo e nasceu o Portugal democrático, regime em que vivemos, muito embora até agora tenha sofrido agressões de gentes da mais diversa índole.
No entanto o vinte e cinco de abril tem mais para falar do que a revolução, do que os duzentos e quarenta magníficos de Santarém e de toda a restante movimentação militar, se bem que eu tenha o maior apreço pelo Movimento das Forças Armadas, pois também fui um dos militares que ao tempo integrei as suas fileiras.
Estou aqui a falar de acontecimentos do mesmo dia no calendário, que por não serem do mesmo ano, se vão deixando cair na lembrança dos portugueses. E, neste contexto, falo logo do vinte e cinco de abril do ano seguinte mil novecentos e setenta e cinco, em que aconteceram as primeiras eleições livres e com a maior participação de sempre, que se destinaram a eleger duzentos e cinquenta deputados para a Assembleia Constituinte, cuja duração foi de um ano, em que a principal missão foi elaborar a Constituição da República Portuguesa, em que viriam a assentar todos os poderes, bem como toda a engrenagem social e económica da Nação.
A Lei fundamental da República Portuguesa foi aprovada em dois de abril de mil novecentos e setenta e seis com a entrada em vigor no dia vinte e cinco de abril do mesmo ano, na mesma data em que aconteceram as primeiras eleições legislativas, que deram origem ao primeiro governo constitucional. Este Parlamento teve uma duração de três anos.
Tudo o que disse, fala de um passado rente em que dia vinte e cinco de abril tem a ver com a vida de todos nós e com o contributo que devemos prestar ao país, quando a isso somos chamados. Ficou um pouco entrelinhas espelhado o direito de soberania do povo que não governa mas que, de longe a longe, é chamado a ir dar voz às urnas.
Para além deste contexto, o vinte e cinco de abril no calendário da Igreja católica é o dia de São Marcos, santo padroeiro de diversas localidades de Portugal. Ora como a política lhe garantiu o feriado, os rituais católicos, bem como a animação e outras tradições de rua, ganharam outra dimensão.
Mas quem foi São Marcos? É uma pergunta que muita gente me poderá colocar com a devida pertinência.
Foi um Santo do cristianismo primitivo, que viveu na Alexandria onde veio a falecer com setenta e oito anos de idade, em vinte e cinco de abril do ano de sessenta e oito da era de Cristo. Foi discípulo do apóstolo Paulo e depois de Pedro, tornando-se um santo venerado por várias igrejas cristãs, nomeadamente a católica e a ortodoxa.
São Marcos é também considerado um dos autores do Evangelho, pelo que é conhecido como um dos principais santos evangelistas.
Em Portugal, na Igreja de São Marcos na cidade de Braga, ao que se crê, existe uma arca tumular que conserva relíquias deste grande evangelista e que ali terão sido colocadas no século XI, pelo arcebispo de D. Maurício Burdino. Em face do que aqui deixo escrito, leva-me a supor que é neste templo, que no nosso país são Marcos é mais venerado.
E antes de vos deixar, aqui vos deixo alguns pormenores em tudo relacionados com o dia vinte e cinco de abril, de que pouco se fala, mas que não deixam de ter a sua importância pelas marcas que deixaram na vida quotidiana de muitos.