A marcha do tempo mantém a mesma cadência, logo o tempo vai girando e temos acompanhar esse ritmo bem como o clima próprio de cada época.
O verão deste ano está na sua ponta final, pois estamos a escassos dez dias do equinócio do outono. Pelo que me tenho apercebido não deixou de ser um verão com tantos outros. Mas cada vez mais a diversão e o turismo pesam mais na economia do país. O mês de verão mais propício a esta situação é o mês de agosto em que somos visitados pelos nossos emigrantes, pelos lusodescendentes e ainda por estrangeiros de vários quadrantes que querem visitar este jardim à beira mar plantado.
Tudo isso gera um movimento acrescido que faz subir as receitas nos vários sectores económicos da nossa praça donde se tira o devido proveito
No aspecto agrícola não me apercebi de qualquer calamidade que a nível geral tenha danificado o sector primário. Parece-me que não foi um verão muito produtivo, mas creio que é de qualidade superior. Ora no meu modesto entender é melhor ter qualidade que quantidade somenos, pois acontece que neste último caso há muito mais trabalho e a receita por vezes fica aquém do que se esperava.
Um flagelo que por norma nos atormenta durante os tempos de verão, têm sido os incêndios nos espaços rurais, tando em mato miúdo como em floresta, que muito pânico causam aos habitantes das regiões envolvidas. Até ao momento, espera-se que assim continue, não há grandes razões de queixa, pelo menos no que concerne a vítimas. O maior incêndio de que eu tenho conhecimento aconteceu na Madeira, mas que não teve vítimas nem lares destruídos.
A maior tragédia, não pelo fogo, mas devido a ele, registou no rio Douro, bem perto da cidade de Peso da Régua, onde a queda de um helicóptero causou cinco mortos dos quadros da nossa principal força de segurança na área territorial.
Como já estamos em setembro, identificamo-nos com as colheitas e com a nova época que se agora começa em vários sectores. Têm de se começar a preparar as terras para as produções de inverno, iniciar o novo ano académico, que muito interfere com pais e alunos e ainda as competições desportivas de escalões inferiores, que também nesta altura do ano dão início às suas competições.
Eu costumo dizer que em finais de verão tudo começa de novo. É evidente que não é bem assim, pois há o caso das vindimas que se enquadram num período que ocupa o verão e o outono e ainda as colheitas do milho, da castanha e da azeitona que ficam já para o outono adiantado.
A ponta final do verão, religiosamente também tem um dia de certa importância. Estou a falar do dia oito de setembro, dia da Natividade da Virgem Santa Maria, que se festeja nas mais diversas localidades. Pela sua importância é feriado municipal em Lagoa, Lamego, Mangualde, Marco de Canavezes, Marvão, Montemor-o-Velho, Murtosa, Nazaré, Odemira, Ourique, Ponta do Sol e Sabrosa. Tudo isto resulta pela adoração à Virgem, pelo que até erradamente, o nosso povo se refere a esta data, como o dia das “Sete Senhoras”. Aqui bem perto da Guarda tem certo relevo a Senhora da Alagoa, na freguesia de Argomil, já no concelho de Pinhel.
Este dia também certa importância por ser considerado o dia internacional da Literacia e o dia Mundial da Fisioterapia.
Começamos a atravessar uma fase em que as temperaturas vão diminuindo, devido ao espaço diurno ser menor, daí resulta que o nosso modo de trajar se altere, começamos por deitar mão a roupas mis quentes sobretudo para os espaços nocturnos e desprotegidos. Os estabelecimentos do pronto a vestir começam a mostrar as novidades para a época mais fria.
Na alimentação também alteramos os nossos hábitos, as temperaturas mais baixas fazem-nos trocar a cerveja fresca pela jeropiga e o vinho verde fresco já não tem a mesma aceitação. Aí o maduro natural ganha mais apreciadores. As saladas dão lugar a comidas maior sustento para segurar o frio que está em crescendo.
São estas alterações que todos anos acontecem e que por isso não as vamos estranhar, tendo mesmo em conta que certas especialidades só são apreciadas no seu tempo.
Assim me despeço deste verão. Para vós voltarei no dia vinte e seis se nada fugir à normalidade.
Até lá haja saúde para todos nós.
Zé Albano