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“Enfermagem às Quintas” 

Comunicação parental na adolescência*

A adolescência traz consigo novos desafios, com repercussões no quotidiano das famílias, que vêm alterar as suas dinâmicas familiares, levando a desafios constantes e consequentes ajustes nas relações inter-famliliares.

A principal função da família, durante a adolescência, é facilitar o equilíbrio entre a liberdade e a responsabilidade, na relação com a comunidade, o que requer a renegociação das conexões entre pais e filhos. No final desta fase, os pais deixam de ter como função o controlo e a educação dos filhos, tendo apenas o papel de suporte afetivo e relacional.

Quando falamos em adolescência falamos de um período marcado pela aceitação, na mudança progressiva das relações familiares, com o afastamento dos filhos do seu núcleo familiar e a sua identificação com os seus pares.

Sendo a adolescência um período de transição, apresenta-se sempre como um momento desafiante e de alteração à organização familiar, o que pode conduzir a dúvidas sobre equilíbrios relacionais existentes. É muito importante que exista uma estrutura familiar consistente que consiga dar resposta às necessidades do adolescente, promovendo a sua autonomia através de estilos de vida saudáveis.

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O facto de estar presente na vida dos filhos, mostrar disponibilidade e flexibilidade na comunicação e confiança é fundamental, permitindo-lhes negociar os seus pontos de vista e desenvolver sentimentos positivos, contribuindo para uma melhor comunicação na parentalidade.

A literatura demonstra que uma comunicação aberta, clara, com papeis familiares bem definidos, durante o período da adolescência, promove o bem-estar familiar e diminuiu problemas sociais, comportamentais e de saúde.

No estudo de investigação desenvolvido pela autora no ano de 2022, constatou-se que em relação à comunicação na parental as dimensões da metacomunicação definida como a capacidade de os pais utilizarem uma comunicação esclarecedora evitando estratégias manipulativas e de controlo e a confiança/partilha comunicacional de progenitores para filhos que expressa a partilha equilibrada de questões e problemas pessoais sobre trabalho, relacionamento, amizades e família estão relacionadas de uma forma positiva com a resiliência no seio familiar.

*Carla Sanches – Licenciou-se em Enfermagem e especializou-se em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da Guarda. A frequentar o Doutoramento em Enfermagem na Universidade Católica de Lisboa. Trabalha atualmente na ULS Guarda EPE – Hospital Sousa Martins, Urgência Pediátrica. Secretária do NESIP.

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