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DOMINGO XXXIII DO TEMPO COMUM

“Vigiai e estai preparados, porque ninguém sabe o dia nem a hora!”

A Liturgia da Palavra deste XXXIII Domingo do tempo Comum, coloca diante de nós a perspetiva do fim dos tempos, numa linguagem apocalíptica e numa visão escatológica.
O final do ano litúrgico é razão para a Liturgia refletir através duma linguagem apocalíptica a realidade do fim das coisas criadas e apontar sempre para a realidade futura alcançada pelo “Filho do Homem”, na qual conheceremos a Deus tal como Ele é.
Assim, as imagens usadas pelos autores sagrados, apontam para a Vida Eterna, para serem como “estrelas que brilham por toda a eternidade”, para os “remidos dos pecados”, para “a Palavra de Deus que não passará” e para a certeza de que o dia e a hora só Deus-Pai sabe.
Por isso, numa visão dos sinais que somos convidados a interpretar, à luz da parábola da figueira, há que estar atento, vigilante e preparado, para que cada um de nós siga o caminho com a confiança plena no que diz a Palavra de Deus.
Na primeira leitura, da profecia de Daniel, encontramos pela primeira vez, no contexto histórico do Povo de Israel, as perseguições que levaram à morte muitos judeus pela fidelidade à fé, o sentido da ressurreição como início da felicidade para além da morte: “Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão, para a vida eterna”.
Assim, o profeta Daniel, incrementa no povo judeu, esta ideia de que os que morreram por causa da intransigência da sua fé, ressuscitariam para a vida e brilhariam como estrelas por toda a eternidade.
Na segunda leitura, o autor da Epístola aos Hebreus, dá continuidade ao ensinamento que ao longo de toda a carta fica bem vincado, Cristo, ao contrário dos sacerdotes da Antiga Aliança, “ofereceu-se uma única vez em sacrifício” alcançando por “uma oblação” a perfeição dos que Ele santificou.
Por isso, este insistir na diferença do Sacerdócio de Cristo, com o sacerdócio da antiga aliança, projeta o futuro na visão do sacerdócio ministerial atual, que só é possível como participação do Sacerdócio Real de Cristo.
No Evangelho, São Marcos, coloca Jesus a dizer aos Seus discípulos que “naqueles dias”, isto é, o final dos tempos, enquanto as coisas criadas serão abaladas, o que surge é a Imagem do “Filho do Homem” com grande poder e glória.
O sentido escatológico, do final dos tempos, é descrito numa linguagem apocalíptica, em que a certeza da Salvação está n’Aquele que vem sobre as nuvens do céu.
Por isso, o apelo feito para que através da parábola da figueira, aprendamos também a ver os sinais da proximidade da vinda do “Filho do Homem”, para que vigilantes e preparados, nos dêmos conta da Sua vinda.
Assim, o que nos é proposto é que acreditemos na Palavra de Deus que não passa, nem engana, mas permanece para sempre. A Palavra de Deus contém os ensinamentos necessários para nos instruir nesta vida nas coisas que dizem respeito a Deus.
Por isso, confiando na Palavra de Deus e instruídos por ela, preparamo-nos para o encontro com Deus. Viver a nossa existência terrena, segundo os ensinamentos da Palavra de Deus é viver preparado e vigilante, para que no final dos tempos, quando Jesus vier na Sua glória, sejamos reunidos de todos os povos da terra, no Reino dos Céus.
Assim, viver vigilante e preparado é aceitar o que diz Jesus no Evangelho: “Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece: nem os Anjos do Céu, nem O Filho; Só O Pai.”

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Carlos Manuel Dionísio de Sousa

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