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DOMINGO XXIV DO TEMPO COMUM

Os desafios da Fá, da Cruz e das Ações dos Cristãos nos caminhos do nosso tempo.

A Liturgia da Palavra deste XXIV Domingo Comum, coloca diante de nós a imagem do Servo-Sofredor, que assume a sua cruz como exemplo e testemunho para quem o queira seguir.

A fé n’Aquele que pela Cruz nos alcançou a Salvação, implica a autenticidade das escolhas que fazemos para que se reflita naquilo que vivemos, isto é, a crença que dizemos ter.

A verdade de Deus para a Humanidade está contida na autenticidade como o Messias assume a missão que lhe foi confiada: “Eu não resisti, nem recuei um passo”, e eu desafio deixado para quem O queira seguir e imitar: “se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo; toma sua Cruz todos os dias e siga-Me”. (Mc 8,34)

Assim, a figura do Servo-Sofredor que nos é descrita na primeira leitura do profeta Isaías, Jesus assume-a quando “começou a ensinar-lhes que O Filho do Homem tinha de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas; de ser morto e ressuscitar três dias depois”. (Mc8,30)

É este anúncio da paixão e do sofrimento, que provoca nos discípulos a reação de rejeição dessa ideia, já que estavam convencidos que o Messias havia de ser alguém que ia restaurar a grandeza da nação, havia de ser vitorioso sobre os outros povos. Por isso, a reação de Pedro, que é de todo o grupo, manifesta isso mesmo, mas Jesus, mais uma vez lhes diz que quem O quiser seguir, não esteja à espera de facilidades, de “boa vida” ou de aplausos, mas há um caminho duro a fazer dia a dia e uma Cruz própria a carregar nesse caminho.

É também neste sentido que podemos entender o ensinamento de são Tiago na segunda leitura, ser discípulo de Jesus não é só dizê-lo por palavras e ter um conjunto de verdades em que acreditamos, mas é naquilo que fazemos, as nossas obras, que revelamos Aquele em quem acreditamos.

São estas obras e a vivência diária que implica abraçarmos a nossa Cruz, que implica a fé vivida e a revelada e aqui implica autenticidade verdade e a verdade entre aquilo que dizemos e aquilo que fazemos: “mostra-me a tua fé sem obras, que eu, pelas obras, te mostrarei a minha fé. (Tg2,18)

Assim, ser discípulo hoje, é aceitar que o seguimento implica renúncia, requer sacrifícios e exigências vitais para fazer caminho em Igreja que acomodou nesta mentalidade ocidental os fiéis, com o facilitismo de ter tudo à porta e do cumprimento de preceitos que desresponsabilizava a consciência de se implicarem mais na resposta aos apelos da Cruz dos irmãos.

Por isso, conscientes do caminho proposto por Cristo Senhor, vemos neste caminho exigente na vivência da fé, os dados para que a Igreja continue a ser fiel ao Tesouro recebido, na proposta autêntica e com as dificuldades e as exigências bem vincadas para que tenhamos hoje, cristãos dispostos a aceitar e a levar a sua Cruz e não cristãos que veem na sua presença em Igreja, a oportunidade para serem vistos e elogiados ou assumindo formas de poder, contradizendo tudo o que a Cruz implica.

Assim, fazer caminho de renovação, implica abertura às propostas da Igreja, com o sentido de sermos discípulos conscientes das exigências da fé e das dificuldades do caminho. “Na verdade, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a vida, por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á”. (Mc 8,35)

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