Reavivar a Esperança num mundo melhor é o desafio colocado a todos os Batizados!
A Liturgia da Palavra deste XXIII Domingo Comum, coloca diante de nós, um apelo à Esperança para aqueles que estão em situação difícil, uma certeza de Salvação vinda do próprio Deus, um gesto que contém o exemplo a seguir e uma visão de vivência da fé em Igreja que implica seguir o exemplo de Deus no trato com cada um de nós.
A vida pessoal e a vida comunitária podem ser marcadas por situações de extrema dificuldade, que provocam sofrimento, desalento, tristeza, desilusão e tantas vezes desesperança. Assim a Palavra de Deus vem ajudar-nos a refletir sobre a certeza da ajuda e dou auxílio que o próprio Deus concede aos que acolhem a Sua proposta imbuída de Esperança em dias e num mundo melhores.
A situação de exílio, vivida pelo povo eleito, marca profundamente a vida daquela gente, já que as tribulações vividas em Terra estrangeira causam dor, sofrimento e lembranças das suas casas e da sua Terra; causam também dor e sofrimento, pelo afastamento do culto ao seu Deus e ser tentado elevado ao culto dos deuses pagãos; causam ainda mais sofrimento a impressão da ausência do seu Deus. Mas Deus não se esquece do Seu povo, e o profeta Isaías é a voz da Esperança que anima a fé daquela gente: “Aí está O vosso Deus… Ele próprio vem salvar-vos.” Para este povo de Coração atribulado é necessário manter viva a Esperança, é preciso animar os desalentados e por isso, a perspetiva de novos tempos em que o regresso à sua Terra marcará o Coração e alimentará a visão da novidade realizada por Deus em favor do Seu povo.
São estes novos tempos anunciados e pronunciados, pelo profeta Isaías que têm a sua concretização nação do próprio Deus no meio dos homens, como nos é descrito pelo Evangelista São Marcos, no texto do Evangelho de hoje.
Os corações atribulados e perturbados, têm correspondência na imagem daquele “surdo que mal podia falar”, pois percebemos que havendo quem não ouve a Deus e aos irmãos, não consegue dar-se conta da beleza de Deus no dia a dia, para a poder transmitir.
Para que os homens de Hoje se deem conta da riqueza da Harmonia, da Paz e do Respeito, é necessário que nós, que queremos marcar a diferença, como instrumentos nas mãos de Deus, termos a mesma atitude que o Evangelista sublinha: “trouxeram-lhe então um surdo que mal podia falar e suplicaram-Lhe que impusesse as mãos sobre ele” (Mc7,32).
Será necessário fazer compreender aos discípulos de Jesus, Hoje, a importância da ação somos chamados a realizar: “conduzir a Jesus e suplicar-Lhe”. Se assim acontecer, Deus nunca faltará com a sua parte, mas se nós não fizermos a nossa parte, muitos poderão não ter a oportunidade de se encontrar com Deus.
Esperança que nos anima e que queremos que outros a tenham também, leva a que possamos acreditar num mundo melhor, onde os homens se abram à “graça” de Deus e os que receberam o batismo e sobre os quais foi proclamada a oração do “Effathá”, possam ter na escuta da Palavra e na proclamação da Fé, o caminho frutuoso da graça batismal.
Só assim, podemos entender o apelo de São Tiago, no texto da segunda leitura: A fé recebida pela Graça batismal, deve fazer de todo o batizado, o sinal da mesma dignidade diante e como filho de Deus.
Que a tentação humana, seja superada pela graça batismal em que fazemos caminho de erradicação da aceção de pessoas, para que todos sejam tratados, não segundo aspeto exterior, mas segundo o critério interior do olhar de Deus.