As notícias do distrito da Guarda e da região interior centro

Chamados a partilhar a generosidade de Deus com as nossas mãos

DOMINGO XVII DO TEMPO COMUM

Padre Carlos Dionísio de Sousa

A Liturgia da Palavra deste XVII Domingo Comum, coloca diante de nós o alimento que sacia a fome do corpo, como imagem do alimento que nutre a vida divina e a vida espiritual que faz de nós membros da mesma Igreja de Cristo.
É a vida alimentada e cuidada que nos leva à descoberta da abundância do alimento que Deus tem para todos, compreendendo que se procuramos alimento é porque temos necessidade dele e por isso Deus “abre as Suas mãos” para nós.
O profeta Eliseu, manda dar de comer, com “vinte pães de cevada e trigo novo”, a cem pessoas confiando na Palavra de Deus “comerão e ainda há de sobrar”, e realmente confirmou-se a verdade da Palavra do Senhor.
Deus confirma a Sua Palavra proclamada pelos profetas, através de milagres, para que o Povo acredite nos profetas enviados para o meio dele e assim poderem ter credibilidade para cumprirem a sua missão.
Assim, para Eliseu, o alimentar aquele grupo de homens tinha uma perspetiva maior, para que espiritualmente pudesse alimentar todo o Povo. É a credibilidade diante de um grupo que fortalece a missão e dá força diante do povo.
Jesus, no texto do Evangelho de São João, subiu ao monte com seus discípulos, começou a observar a grande multidão que vinha ao Seu encontro. O Evangelista São João caracteriza a multidão como numerosa e aponta a razão pela qual procuravam Jesus: “por ver os milagres que Ele realizava nos doentes”. Ora Jesus, tem algo mais para oferecer, do que aquilo que a multidão procura, por isso, o milagre dos cinco pães e dos dois peixes que chegaram para alimentar aquela multidão e ainda sobrar, apresenta um alimento ainda mais valioso e que tem em abundância para aqueles que O procuram: “O Pão da Vida”, “O Pão descido do Céu”, “O Pão da Vida Eterna”, “O Pão da Eucaristia”.
Por isso, O Pão abençoado e distribuído, isto é partilhado, é sinal de que Deus é um Deus que sacia de dons, de bênçãos e graças, a todos os que n’Ele confiam e esperam. Deus, como Pai generoso, jamais deixará à sede e à fome os Seus filhos e tem em abundância para todos. Mas, contudo, faz-nos entender, que sabendo que Ele nunca nos nega “O alimento” de que precisamos, devemos aproximar-nos d’Ele para lhe pedirmos.
Quantas vezes, o egoísmo e o orgulho impedem de procurarmos o alimento onde sabemos que ele está? Quantas vezes, somos enganados com propagandas que prometem um bom alimento e que depois não me sentimos satisfeito com esse mesmo alimento? Quantas vezes nos prometem uma vida saciada e depois deixam-nos na miséria? Quantas vezes o Homem se quer substituir a Deus, prometendo ilusões e quantos vão atrás dessas ilusões? Quantas vezes nos dizem que Deus é do passado e que nos prometem caminhos falsos de Felicidade?
Assim a Palavra de Deus, neste domingo, aponta-nos O alimento verdadeiro que O Senhor tem para nós, para que alimentados com “O mesmo Pão e O mesmo Cálice”, isto é, “O mesmo Corpo e Sangue do Senhor”, posamos ter na Eucaristia a fonte da comunhão e da unidade da própria Igreja.
Por isso, São Paulo, na Segunda Leitura ao escrever aos cristãos de Éfeso, para os incentivar à unidade na Igreja afirma-lhes que, “Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, atua em todos e em todos se encontra”. (Ef. 4,6).
Hoje, a Igreja, como o grupo discípulos de Cristo, tem a responsabilidade de ser sinal de comunhão e unidade, para que os dons de Deus sejam distribuídos num mundo que anseia por caminhos novos e transformadores da Humanidade.
Que a Eucaristia seja a fonte de caridade e solidariedade para quem passa por dificuldades e que os generosos encontrem na mesma Eucaristia a coragem para não desistirem de serem distribuidores do “pão abençoado”.

Ler também:  Mês de outubro num clima outonal

Notícias Relacionadas