Nos 120 anos do Jornal “A Guarda”, quero felicitar este prezado órgão de informação que há tantas décadas contribui para que todos possamos ter mais informação sobre o que se passa na Beira Interior e em particular na Guarda.
Como presidente de uma Câmara Municipal, considero fundamental, essencial e primordial manter-me informado, não só sobre o que se passa no meu próprio concelho, como também nos concelhos vizinhos.
Conhecermo-nos uns aos outros, quando integramos a mesma região e a mesma comunidade intermunicipal, sabermos quais as nossas realidades e especificidades, é absolutamente vital para mantermos o espírito colaborativo e para que possamos definir e desenhar estratégias comuns.
A informação sobre o pulsar de cada território é basilar para delinearmos políticas que efetivamente se coadunem com as necessidades das populações e do desenvolvimento do território como um todo.
Nesse sentido, a imprensa regional tem um papel fulcral. É a imprensa regional que nos dá conta das vontades e dos anseios da nossa população e é a imprensa regional que informa os nossos munícipes sobre a nossa ação política.
Assim, ao mesmo tempo que informa e que contribui para formar os seus leitores/ouvintes, a imprensa regional também se apresenta como um elo de ligação entre os eleitos e a população.
Bem sei que existe a ideia de que jornalistas e políticos estão em campos opostos. Sempre discordei dessa interpretação, acho que não se adequa minimamente à realidade. Os órgãos de informação e os jornalistas são nossos parceiros. São eles que dão a conhecer as nossas mensagens, as nossas aspirações, as nossas concretizações. Dão a conhecer com rigor e ética, tirando a nebulosa do populismo e do eleitoralismo.
Sim; são nossos parceiros quando colocam na agenda mediática as nossas justas reivindicações e que nos ajudam a explicar a todos a importância dessas aspirações serem atendidas.
Sim; a imprensa regional é nossa parceira, até mesmo quando lembra o buraco da estrada que ainda não foi tapado, quando vai ao baú resgatar uma promessa que ainda não conseguimos concretizar. É nossa parceira porque, quando nos escrutina, quando exige mais e melhor, nos dá motivação para fazer.
É também nossa parceira na luta contra o isolamento social. Temos de reconhecer o papel que os órgãos de informação locais têm para aqueles que estão afastados dos centros de decisão e que através das páginas de um jornal ou da antena de uma rádio conseguem a informação e a companhia de que precisam.
A imprensa regional é também o primeiro veículo que nos ajuda a mostrar que não somos só incêndios e neve. Que nos permite dizer que na nossa Beira Interior também há eventos de relevo, festivais de qualidade, peças de teatro e espetáculos de excelência. Que há turismo, empresas e ensino de qualidade. Que temos planos, obras e melhorias concretizadas.
É a imprensa regional, aquela que primeiro dá voz às nossas concretizações e às nossas exigências.
Por tudo isto, não tenho qualquer dúvida em afirmar que a imprensa regional é fundamental, essencial e imprescindível na divulgação e promoção de tudo o que se faz numa região.
E essa preponderância não se esgota aqui. A imprensa regional é também parceira na construção social. São os jornalistas que informam, formam e escrutinam, com rigor, independência e profissionalismo. Regem-se por um código deontológico que não existe nas redes sociais ou nas inúmeras publicações em que se multiplicam a desinformação, o engano e até a mentira.
Nos tempos que vivemos, é exatamente a imprensa que nos permite fugir a tudo isso, dando-nos informação segura, factual e rigorosa.
Não haja dúvidas, a imprensa é uma das peças chave do desenvolvimento local e um dos pilares da nossa Democracia; de qualquer Democracia.
Ao Jornal “A Guarda”, deixo o meu penhorado agradecimento por há 120 anos cumprir a nobre missão de informar, estando também com isso a defender este território e a nossa Democracia.
Vítor Pereira,
Presidente da Câmara Municipal da Covilhã