Para o título do artigo de hoje, escolhi uma das palavras mais polissémicas da língua portuguesa.
O que quer dizer que o seu significado varia consoante a circunstância em que se aplica na nossa linguagem.
A flor que nós mais referimos na nossa linguagem é aquela que é o órgão reprodutivo das plantas fanerogâmicas, que são aquelas que dão fruto depois de devidamente polinizadas por diversos insectos, onde tem grande destaque a abelha que retira daí a preciosa matéria-prima para elaborar o seu mel que tanto valorizamos nas mais diversas composições culinárias. Têm uma outra particularidade, mostram as cores vivas e com um odor muito característico.
Também são estas flores que quando abrem, trazem milhares de turistas à nossa região. Estou a falar das amendoeiras floridas do vale do Douro, mas também das cerejeiras da Cova da Beira. Aqui o interesse aumenta por serem as primeiras do ano a colorir o nosso terreno, que pelas suas dobras se torna bastante agreste. Também damos o nome de flor à superfície exterior do couro, por se tornar a mais brilhante e ser mais utilizada na parte visível do calçado e de outros adornos.
Qualquer objecto ou ornato que a represente também tem essa designação. O mesmo acontece com qualquer produto obtido pela oxidação do ar ou sublimação.
Também se dava o nome de flor em tempos idos à oxidação do vinho. Havia sempre alguma tristeza, quando a flor de cor branca começava a sair pela torneira dos pipos juntamente com o vinho. Era sinal de que o final estava muito próximo.
Depois aparece-nos a flor no seu sentido figurado, que representa tudo o que há de melhor. Estou a falar em nobreza e distinção dentro de uma colectividade, que também se pode designar pela nata ou ainda por escol. Também se dá esta designação ao desabrochar para a vida. Bem como tudo aquilo que se encontra num estado fresco e viçoso, que tem um bom e belo aspecto e por natureza excelente. Ainda designamos por flor toda a pessoa que é bela ou amável.
Chegados aqui, cabe-me a mim expor a minha designação muito própria sobre a flor. Vem isto tudo a propósito de um livro que escrevi e que em parceria com o Município de Celorico da Beira, foi lançado em dois de março no Centro Cultural de Celorico da Beira, onde se destacou pela sua intervenção a conhecida figura de televisão Dina Aguiar e que me dá o prazer de ser minha amiga.
Este evento contou também com os cânticos das “Vozes de Manhouce” que além de cantarem encantaram quem esteve presente. Tive pena que por motivos de saúde não tenha vindo a mais conhecida aldeã portuguesa, a senhora Comendadora Isabel Silvestre, pois seria mais uma ilustre amiga que teria junto de mim.
Ora o livro tem como título “A FLOR” e tudo o que nele é vertido fala sobre o meu modo de ver a mulher e a minha maneira muito própria de eu conhecer a beleza feminina. É evidente que me refiro à sua beleza exterior, pois a interior pode demorar muito tempo a analisar-se e por vezes nem se consegue.
Olhando por fora como eu costumo dizer, não conheço mulheres feias. Todavia tenho que admitir que umas são mais bonitas de que outras. Isto visto pelos meus olhos, pois perante outro olhar pode não haver acordo ou eu estar longe da razão.
No meu ponto de vista tudo aquilo que me rodeia, para mim a mulher é a maior maravilha do Mundo, pois das sete que me falam, nenhuma a suplanta.
Do que vejo, apenas o Sol a excede, pois sem esta estrela não havia vida, mas sem a mulher também não havia Humanidade. É certo que nesta última parte o homem dá o seu contributo, mesmo até mais activo, mas de curta duração, em nada comparável ao tempo que a mulher anda de esperanças e outros cuidados que veem a seguir.
Resta-me dizer que na apresentação do livro “A FLOR”, eu não fiz discurso. Através de aparelhagem sonora entoou-se a canção da minha vida, cantada pelo meu homónimo José Albano Ferreira, conhecido pelo Mundo por “José Cid” que nos deliciou com a portuguesa bonita.
Por hoje me despeço. Até quinta-feira Santa se Deus quiser. Um abraço.