Hoje vou escrever sobre um tema de que muito pouco enxergo, que é o futebol.
Aliás já o afirmei milhentas vezes, se eu tivesse metade dos conhecimentos daqueles que ouço a tantos treinadores de bancada, certamente eu estaria bem de vida, dado o modo como o futebol é pago. Dentro destes parâmetros, falo daquilo que observo, do que a minha memória me ajuda e do que algumas estatísticas me demonstram. Vivemos em demasia o desporto rei, ao ponto de festejarmos com toda a pompa e circunstância o acesso a qualquer competição. Como, por norma, tudo descamba, ficamos depois com a desilusão apoiada em mil desculpas.
Portugal nunca foi uma potência no futebol mundial, como nunca levantou qualquer troféu. Não me parece lógico que certos fazedores de opinião, antecipadamente façam correr rios de tinta, dando como adquiridas as maiores venturas na competição onde se vai entrar.
É justo dizer que esporadicamente o país tem dado ao futebol estrelas da maior grandeza, e como vem a talhe de foice, tenho que evidenciar a academia de Alcochete, que sob a tutela do Sporting Clube de Portugal, afirmou uma constelação no firmamento futebolístico.
Em termos de futebol sénior e a partir de 1966, ano em que Portugal se estreou na ribalta do futebol, a equipa de futebol nunca alcançou êxitos. Todavia em determinados campeonatos do Mundo e da Europa, deu muito boa conta de si, atendendo às posições meritórias que alcançou, merecendo até em dois casos o pódio.
Chegados aqui e com esta certeza das boas participações, concluímos que tudo isto foi obtido com a orientação de técnicos estrangeiros, como foi o caso do saudoso Otto Glória e mais recentemente de Luiz Felipe Scolari. Quando a orientação assenta em pilares nacionais, a corrida nunca chega a bom termo. Há sempre qualquer coisa que falha, ou é a disciplina, ou a preparação física, as quezílias internas, a liderança do balneário, enfim! Tudo serve para que a campanha a que nos propusemos se afundasse em “águas de bacalhau”.
O uso desta metáfora, está relacionada com as tragédias que ocorriam nos mares frios da Gronelândia e da Terra Nova, onde ficavam sepultados os pescadores e os barcos pesqueiros bem como o produto da faina, no fundo das águas.
Mas dentro do futebol e no meu ponto de vista, existe um elemento bem pertinente, que influencia o seu decréscimo de qualidade, estou a falar do défice demográfico que assola o país. Nas últimas décadas a natalidade não nos tem dado gente com a abundância necessária, para que aqueles que são os verdadeiros talentos, sejam suficientes para formar uma “esquadra”, que dentro do futebol ponha o Mundo em sentido.
Olhando mesmo numa visão mais curta, vemos que no futebol caseiro muitas das equipas que entram em campo, vezes sem conta, apresentam um “onze”, sem que nenhum dos seus elementos tenha a nacionalidade portuguesa. Até acontece no Benfica, onde em tempos idos, os estrangeiros não tinham lugar, nem através da naturalização.
A seleção das quinas está a fazer as malas para regressar, a menos que aconteça um milagre queirosiano em vinte e seis. Como é claramente improvável, que tal aconteça, gostaria de saber qual o destino que vai ser dado aos mantimentos que sobram pois como a campanha fica a meio, muita coisa deve ficar intacta. Esta pergunta não acontece por acaso, como sabemos vivemos numa nação em estado de carências, toda a gente aponta as faltas, mas em caso nenhum vejo alguém a acusar as sobras.
Pelo que fica escrito na opinião que deixo, o que eu mais pretendia neste momento era ser contrariado em tudo, e ficar bem ciente de que a razão estava do outro lado, Gostava que me explicassem tintim por tintim, a movimentação financeira, entre o investimento e o resultado.