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A CERTEZA DA MORTE DESAFIA A VIDA

São Lucas continua a apresentar o ensinamento de Jesus sobre o bom uso dos bens materiais e da riqueza.

Mostrou que ser inteligente na administração dos bens significa usá-los ao serviço de uma bem maior, da amizade e da gratidão, para que um dia, agradecidos, esses amigos nos abram as portas da casa do Pai. Hoje percebemos que fazer o contrário, ser egoísta e cego face às necessidades do próximo, é condenar-se e colocar-se fora do Reino dos Céus.
Um homem rico e um pobre, chamado Lázaro, duas pessoas que nada tinham em comum durante a vida, partilham agora o mesmo destino: a morte. Ela é a única realidade que torna iguais aqueles que na vida parecem tão diferentes. E é curioso que a história contada por Jesus comece com a morte: porque, de certa forma, também a nossa vida começará nesse dia, quando for cortado o cordão umbilical que nos liga à terra. E diante do cenário da morte, a deles e a nossa, a parábola desafia-nos a reflectir sobre o sentido da vida e a fazermos uma escolha moral: a decidir-nos pela partilha dos bens e a justiça.
No momento da morte, os papéis invertem-se. O pobre foi recebido pelos anjos como um príncipe, o rico, como um mendigo, suplica por um pouco de água. A morte faz-nos iguais, mas a vida depois da morte revelará que não é igual, nem indiferente, o modo como vivemos antes dela. O Céu começa a construir-se na terra.
A parábola não pretende descrever o céu e o inferno, como podia levar-nos a pensar uma leitura simplista. Nem quer afirmar, certamente, que os ricos se condenam e os pobres se salvam. Nem muito menos fazer da esperança do céu um ópio para os deserdados desta vida. Mas deixemos que o texto nos provoque e coloquemo-nos algumas questões.
O homem rico é condenado por ser rico ou por ser egoísta e cego face às necessidades do próximo?
Porque é que o pobre Lázaro é a única pessoa, em todas as parábolas contadas por Jesus, com direito a nome?
Há pessoas nesta vida de quem nem o nome queremos saber ou lembrar?
O que terá mais poder para mudar o nosso comportamento face ao dinheiro: um morto regressar à vida, ou basta-nos a Palavra de Deus?

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