Vila Nova de Foz Côa

O Observatório Mundial do Antropocénico criado, recentemente, no Museu do Côa, pretende lançar uma agenda europeia de monitorização das actividades humanas e económicas com impacto no clima e nos ecossistemas. A parceria foi formulada entre a Fundação para a Ciência e a Tecnologia e a Fundação Côa Parque.Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, disse que o principal objectivo do Observatório do Antropocénico instalado no Museu do Côa passa por atrair estudantes de várias partes do mundo para estudar esta nova época geológica, o Antropocénico.Para o ministro da Ciência, mais do que definir uma data para marcar a época do Antropocénico, é importante criar novos métodos de observação e mais conhecimentos para se perceber como actuar perante este fenómeno geológico. Adiantou que “as instituições e os programas de estudo são importantes para se actuar com medidas concretas, sobretudo para se desenvolver uma economia mais circular, mais baseada na natureza porque o planeta Terra tem limites”. O Ministro da Ciência anunciou que será lançado um concurso anual de dez bolsas de doutoramento, com o objectivo de atrair estudantes de todo mundo à investigação do processo do Antropocénico.A secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, disse que o território do Vale do Côa, com a criação do Observatório do Antropocénico assume uma nova centralidade capaz de atrair jovens qualificados e cientistas ligados ao conhecimento.O Fórum do Antropocénico 2021 que decorreu pela primeira vez no Museu do Côa, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, foi organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, entre os dias 15 a 17 de Junho. O evento promoveu o diálogo com o Anthropocene Working Group (2009) a quem cabe a responsabilidade de fornecer provas convincentes para que o Antropocénico seja formalmente ratificado pela União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS) como uma época geológica bem como a perspectiva da União Europeia em termos de debate, de legislação e de diplomacia. O governo português avançou com a criação do Observatório do Antropocénico, sediado no Museu do Côa e que vai trabalhar em estreita colaboração com outras instituições europeias, nomeadamente o grupo Anthropocene Formations do Max Plack Institute for the History of Science, criando pontes para uma maior participação da lusofonia.