Que a bola é redonda todos nós sabemos, mas as voltas que ela dá é que nos surpreendem.

A bola é um objeto utilizado para lazer de uma pessoa e em diversos desportos e carateriza-se por ser geralmente esférica. Na maioria dos jogos, as jogadas acontecem em função do estado da bola sendo acertada, chutada, ou arremessada pelos jogadores.E que tem a ver a bola com o PIB ou com a justiça?Tem tudo a ver e aí estão as tais voltas que nos surpreendem. Supostamente a bola devia ser um objeto de lazer e de uso nos recintos desportivos onde se desenvolvem as modalidades que a ela recorrem. Mas não. A bola parece que também entra no PIB e na justiça e, pelos vistos, tem um potencial contaminador que não deixa ninguém indiferente.Soubemos esta semana, para nosso espanto, depois da operação lançada pela Autoridade Tributária sobre clubes, dirigentes, agentes e jogadores que a bola também contribui para o PIB. Isto foi dito pelo responsável de um dos maiores clubes portugueses e que, por acaso, também foi alvo de investigação e constituído arguido no âmbito da referida operação.Será a bola que está a contaminar o PIB?Recentemente, um juiz que gostava de bola foi afastado do exercício da sua atividade profissional devido a práticas que não eram consentâneas com os deveres profissionais a que estava obrigado.Será que a bola também está a contaminar a justiça?Parece que a bola, apesar de ser redonda dá mais voltas do que aquelas que era suposto dar. Diria até que nestas voltas a bola está fora de jogo, quando ela é, sobretudo, um objeto essencialmente de jogo. Pois é, mas também já me disseram que estas voltas da bola são um outro jogo. E são, pelos vistos.No jogo do PIB, percebemos que aquele que mais sobe é PIB dos dirigentes desportivos, dos agentes dos jogadores e deles próprios, dos jogadores. O PIB de todos nós, coitado, fica a ver os outros jogar. De tanto se limitar a ver jogar, até já foi despromovido para o campeonato dos pequeninos. Uma espécie de segunda divisão distrital.Ainda na a semana passada, numa análise aprofundada à economia portuguesa, a Comissão Europeia alertou que os 10 países que entraram na União Europeia em 2004 cresceram de tal forma nos últimos 15 anos que estão prestes a ultrapassar Portugal no PIB per capita. São eles o Chipre, Estónia, Letónia, Lituânia, Malta, Eslováquia, Eslovénia, Polónia, República Checa e Hungria.Terá isto a ver com contributos da bola? Não seria preferível deixar a bola fora do PIB?Recentemente, o presidente do Supremo Tribunal, António Joaquim Piçarra, veio dizer que “não gosta de ver juízes no ambiente conspurcado do futebol.” Foi numa entrevista dada à SIC e ao Expresso, em que o juiz António Joaquim Piçarra se referiu ao grave abalo infligido na confiança dos cidadãos na justiça que foi dado pelas recentes suspeitas que envolvem juízes da Relação. O senhor presidente do Supremo Tribunal de Justiça tem toda a razão, pois o estado da bola nos tempos que correm não é recomendável e para o exemplificar basta dizer que, no espaço temporal de 24 horas, essa mesma bola conseguiu abandonar a Europa, uma coisa que aos ingleses custou cinco anos. Já para não falar de outros escândalos mais redondos que a própria bola.A bola e o PIB já moram há muito na Rua da Amargura. Não arrastem para lá a justiça.O vírus bola tem um elevado potencial de contágio e tem associada uma mortalidade acima da média.Salvemos o PIB e a justiça e cuidemos depois da bola. A vacina até existe.