Certamente, o leitor já se deparou com a palavra da moda da última década: a SUSTENTABILIDADE.

É um conceito que muitas vezes se confunde ou aparece demasiado abstrato para o aplicarmos à vida quotidiana. Mas do que se trata, afinal? O Desenvolvimento Sustentável é, na sua definição geral, aquele que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. É, portanto, um modelo que deve contemplar, de forma indissociável, a justiça social, a viabilidade económica e a preservação do ambiente.A sustentabilidade é um conceito tão amplo, que para orientar as ações em prol desta a Organização das Nações Unidas definiu, em 2015, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem trabalhados até 2030 (e por isto são também chamados, em conjunto, de “Agenda 2030”). Estes 17 ODS permeiam as três vertentes da sustentabilidade, económica, social e ambiental, e contemplam mais de 150 metas, que no seu conjunto nos ajudam a direcionar a iniciativa pública e a privada na procura por uma sociedade mais sustentável, a partir de ações concretas do nosso dia a dia.O Estado Português, por exemplo, elegeu seis objetivos como prioritários, pensando no contexto nacional e nas preocupações mais urgentes: o ODS 4 - Educação de Qualidade; o ODS 5 - Igualdade de Género; o ODS 9 - Indústria, Inovação e Infraestruturas; o ODS 10 - Reduzir as Desigualdades; o ODS 13 - Ação Climática; e o ODS 14 - Proteger a Vida Marinha.Sendo os Geoparks Mundiais uma classificação da UNESCO, estes têm como missão promover o desenvolvimento regional sustentável de um território e, portanto, também se orientam por estes objetivos e metas. São estabelecidos em territórios com importante património geológico que se pretende preservar, como explicamos na coluna do mês anterior, traduzindo-se numa importante estratégia de promoção e valorização dos territórios que os integram. A estratégia, no entanto, prevê a preservação sem proibição do acesso a este património, mas a partir da Educação, da valorização e da consciencialização. Vê-se a oportunidade de contribuir, portanto, com as metas do ODS 4 - Educação de Qualidade. A preservação por meio da educação só é eficaz se alcançar uma parte considerável da população. Aumentando o acesso à educação com qualidade, de forma mais inclusiva e  equitativa, dissemina-se uma maior consciência ambiental e o sentido de pertença ao território, sobretudo por parte dos que nele residem.Da mesma forma, a estratégia do Estrela Geopark, em vésperas da sua classificação ser ratificada pela UNESCO, procura aproveitar o património natural enquanto recurso para favorecer a comunidade que aqui vive. A via mais sustentável para este serviço é a partir do Turismo. Através da valorização do património e da promoção do território no país e no estrangeiro, pretende-se aumentar a procura turística de forma a criar mais empregos e crescimento económico local. Mas este desenvolvimento ocorre de forma consciente e planeada, com o mínimo impacte possível sobre o património, para que o seu valor não se esgote. Assim, trabalha-se o ODS 8 - Trabalho Digno e Crescimento Económico e indiretamente para o ODS 10 - Reduzir as Desigualdades no interior dos países e entre países.A estratégia do Estrela Geopark não exclui qualquer dos ODS, apesar de alguns serem mais relevantes que outros para o contexto local. No entanto, não há estratégia que se execute sem se explorar o ODS 17 - Parcerias para a Implementação dos Objetivos, trabalhando com as comunidades locais, as empresas, as instituições e o poder público, unindo forças em prol do desenvolvimento das populações e de um recurso maior, que é a própria Estrela!Associação Geopark Estrela