Entre margens da Palavra

0. Preparo-meProcuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto- Leio pausadamente Jo 6, 24-35.- Sublinho e anoto o mais significativo.Após a multiplicação, Jesus indica outra fome que dispensa milagres. A sua real missão é ser “pão da vida” para todos. Este recebe-se pela fé que plenifica a existência.
2. O que me diz Deus- Imagino-me ouvinte das palavras de Jesus. Que sinto? Jesus não me quer pedinte de graças que me mantenham fechado sobre mim mesmo. Sou chamado a mais. Se antes multiplicou e distribuiu pão, hoje Ele mesmo se oferece como sustento para uma fome de vida maior. No Evangelho de S. João, os milagres são sinais que apontam para Jesus. O único que me é pedido é crer n’Ele. Tal não é mero exercício teórico e mental, nem prática ritualista. É experiência vital e quotidiana da sua presença em mim. Viver d’Ele deve tornar-se meu pedido prioritário.
3. O que digo a Deus- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).Que Te peço eu, Senhor? Que busco? Suplico legitimidades, imploro minudências… Grave é esquecer-me de Te incluir no pedido. Espero o mesmo pão de sempre quando Te ofereces, a Ti mesmo, como alimento para outra fome, adormecida, mas não extinta em mim. Minhas preces refletem amor ou mero interesse?Quero fazer as tuas obras para merecer esse outro pão. Em resposta, dizes-me que basta crer em Ti. Porém, crer é mais que dizer. É viver o que se crê, aprendendo de Ti a pensar, sentir, desejar, amar… trabalhando e sofrendo, mas vencendo.Seguir-Te é acolher-Te e hospedar-Te em mim. É alimentar-me de Ti como pão e do teu Evangelho fazer caminho meu. É experimentar-Te e identificar-me ao teu projeto. Nada mais… mas tampouco nada menos.
4. O que a Palavra faz em mim- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.Senhor, Tu és Pão de Vida maior. Em Ti estanco a minha sede. Em Ti encontro repouso. Por tudo isso, agradeço e louvo. Contemplo e adoro.Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
PROVOCAÇÕES- Do que tenho eu verdadeiramente fome?- Desejo mais Deus do que os seus favores?- Que diz a minha fé da minha relação com Ele?
UM PENSAMENTO“Criaste-nos para Ti, e nosso coração anda inquieto enquanto não repousa em Ti.” (Santo Agostinho)
UM DESAFIOPedir ao Espírito Santo a graça de ter fome de Deus e da sua Palavra.
ARQUIVOhttps://seminariointerdiocesanosj.pt
UMA ORAÇÃO-POEMA
Outro pão para outra fomepois do mesmo consumirapenas se ceva o ter,(tão voraz quanto frágil)nada dessedentando o ser.
Outra fome de outro pão,uma que franqueia novos rumose empenhe devidos passos (que firmam e medram)ressurgindo distinta luz.
Mas, não te peço pão.Basta que minha fome sejase por ela irei, de mão dada.Não mais terei outra sedealém de em Ti crer, sendo.