Sobre o relatório final da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais


Na homília da Missa de Quarta-feira de Cinzas, a que presidiu, na Sé da Guarda, o Bispo D. Manuel Felício pediu perdão pelos crimes praticados nos casos de abusos sexuais contra as crianças na Igreja Católica, depois de Comissão Independente ter publicado o relatório final.
“Nós pedimos perdão pelos crimes praticados, partilhamos a dor dos que sofrem os seus efeitos e manifestamos a nossa vontade de os ajudar, através dos meios possíveis e adaptados a cada caso”, referiu o Bispo da Guarda, explicando que “começamos esta Quaresma, depois de, na semana passada, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica portuguesa ter publicado o seu relatório final, após um ano de trabalho.”
D. Manuel Felício deu conta de que a Comissão Diocesana de Protecção de Menores e Vulneráveis está “pronta, e com linha aberta de contactos que são públicos, para acolher quem desejar contactá-la e encontrar, em cada caso, as melhores formas de acompanhamento e de fazer a sanação mais ajustada”.
Recordou que através do estudo, “fica confirmado que, ao longo dos últimos 70 anos, houve, em Portugal, casos de abusos e que pessoas concretas continuam a sofrer os seus efeitos”.
D. Manuel Felício referiu que a Quaresma pede “mudança de vida, a começar pela mudança de mentalidade e do coração, com efeitos nos nossos comportamentos e das nossas comunidades”.
Explicou que o gesto simbólico da imposição das cinzas “por um lado, diz o que nós somos – vimos do pó da terra e para lá voltaremos; por outro lado, faz-nos reconhecer que, só por nossas forças, não podemos realizar o sonho de Deus a nosso respeito, mas podemo-lo pelo caminho da conversão e da abertura à intervenção do mesmo Deus na nossa vida”.
“Vamos viver esta Quaresma, que desde já agradecemos a Deus, com vontade de abandoar todas as situações de pecado e progredir no amor a Deus e no cuidado dos irmãos, a começar pelos mais frágeis”, concluiu o Bispo da Guarda.