“Temos necessidade duma narração humana, que nos fale de nós mesmos e da beleza que nos habita;

uma narração que saiba olhar o mundo e os acontecimentos com ternura, conte a nossa participação num tecido vivo, revele o entrançado dos fios pelos quais estamos ligados uns aos outros”.(Papa Francisco: Mensagem para o 54.º Dia Mundial das Comunicações Sociais)
No Domingo da Ascensão, este ano no dia 24 de Maio, celebra-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Na mensagem para este dia o Papa Francisco alerta para as narrativas “falsas” e “devastadoras” que marcam a comunicação actual, ao mesmo tempo que deixa o apelo para que haja um maior espaço para “boas histórias”.“Numa época em que se revela cada vez mais sofisticada a falsificação, atingindo níveis exponenciais (o ‘deepfake’), precisamos de sabedoria para patrocinar e criar narrações belas, verdadeiras e boas”, refere a mensagem para o 54.º Dia Mundial das Comunicações Sociais.O texto tem como tema “Para que possas contar e fixar na memória (Ex 10, 2). A vida faz-se história”, e centra-se no papel central que a “narração” tem na história do ser humano.Num tempo marcado por grandes desafios no mundo da comunicação e das tecnologias há cada vez mais necessidade de ser rigoroso e assertivo na maneira de comunicar. Damos conta de que as notícias proliferam por toda a parte e as redes sociais dão azo e púlpito a qualquer pessoa, bem ou mal intencionada. Sem dúvida que, agora mais do que nunca, é preciso “coragem, paciência e discernimento”, para sabermos e conseguirmos distinguir a verdade da mentira. O Papa escreve: “Precisamos de coragem para rejeitar as falsas e depravadas. É necessária paciência e discernimento para descobrirmos histórias que nos ajudem a não perder o fio, no meio das inúmeras feridas de hoje; histórias que tragam à luz a verdade daquilo que somos, mesmo na heroicidade oculta do dia-a-dia”.Interessante a maneira como o Papa Francisco alerta para as histórias que “narcotizam”, apelando ao consumo, inclusive de mentiras, afirmando que “quase não nos damos conta de quão ávidos nos tornamos de bisbilhotices e intrigas, de quanta violência e falsidade consumimos”.