Centro de Estudos Ibéricos


O professor Valentín Cabero, geógrafo, catedrático jubilado da Universidade de Salamanca, recebeu o Prémio Eduardo Lourenço, numa sessão pública que decorreu, no dia 3 de Março, na Guarda, na Biblioteca Municipal.
O galardoado tem dedicado o seu trabalho aos lugares e às pessoas, às paisagens e aos valores patrimoniais e conhece com rigor os processos de transformação dos territórios mais vulneráveis da fronteira luso-espanhola.
O presidente da Câmara da Guarda disse que “Valetín Cabero corporiza o próprio espírito deste prémio, que visa distinguir personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibérica”. Sérgio Costa agradeceu ainda ao galardoado por este “ter acreditado na ideia do Centro de Estudos Ibéricos, abraçado o desafio e tudo ter feito, junto da sua secular Universidade, para que dali se olhasse para esta histórica cidade de fronteira e para o potencial que o projecto poderia ter”.
Sérgio Costa apelidou Valentín Cabero “um grande homem, um grande geógrafo” que acompanha o Centro de Estudos Ibéricos há mais de 20 anos. E explicou: “Não é normal nós vermos uma pessoa nascida em Espanha, a viver em Espanha, que fez o seu ciclo de estudos, doutorou-se, foi professor na Universidade de Salamanca mas que há mais de 20 anos dedica a sua investigação a Portugal, à nossa região, às nossas regiões de fronteiras, à Raia Portuguesa e à Raia Espanhola”.
O Prémio que foi atribuído a Valentín Cabero honra “todos os seus feitos, todo o trabalho que ele fez pela Guarda, pelo Centro de Estudos Ibéricos, pela nossa Raia, pela nossa Ibéria “, concluiu o autarca.
Valetín Cabero refriu ser uma honra receber este prémio, que tem um significado especial pelo percurso que fez ao lado de Eduardo Lourenço e pelas ligações que tem com a cidade da Guarda. “Tem um significado muito especial a título pessoal, por ter tido uma relação muito estreita com o professor Eduardo Lourenço. Nos últimos 25 anos estivemos muito próximos, desenhámos, de alguma forma, projectos comuns”, explicou. Considerou que o Prémio também vai permitir que o Centro de Estudos Ibéricos “continue a reivindicar o papel do interior peninsular” e que cidades como a Guarda “cumpram um papel fundamental na coesão territorial e no intercâmbio de bens e serviços”.
Fernando Rubio, autarca de Juzbardo (Espanha), no elogio ao laureado, disse que Valentín Cabero Diéguez “uma pessoa sábia e querida por todos” e “um iberista convicto e militante”.
Na cerimónia usaram também da palavra a directora regional da Cultura do Centro, Susana Menezes, o vice-reitor da Universidade de Coimbra, Delfim Leão, o reitor da Universidade de Salamanca, Ricardo Rivero, e o vice-presidente do Instituto Politécnico da Guarda, Manuel Salgado.
O prémio, no montante de 7.500 euros, instituído em 2004, distingue personalidades e instituições com actividade relevante no universo ibérico.
Receberam o Prémio Eduardo Lourenço a professora catedrática Maria Helena da Rocha Pereira, o jornalista Agustín Remesal, a pianista Maria João Pires, o poeta Ángel Campos Pámpano, o professor catedrático de direito penal Jorge Figueiredo Dias, os escritores César António Molina, Mia Couto, Agustina Bessa Luís, Luís Sepúlveda e Basilio Lousada Castro, o teólogo José María Martín Patino, os professores e investigadores Jerónimo Pizarro, Antonio Sáez Delgado, Carlos Reis, Ángel Marcos de Dios e Valentín Cabero Diéguez, o jornalista e escritor Fernando Paulouro das Neves e a Fundação José Saramago.