Imóvel foi adquirido pela Câmara Municipal Guarda

 

A Câmara Municipal da Guarda quer saber a opinião das pessoas da Guarda sobre o destino a dar à antiga Casa da Legião, situada mesmo em frente da porta principal da Sé Catedral e que se encontra em avançado estado de ruína. Na reunião desta segunda-feira, 11 de Abril, foi decidido, por unanimidade, avançar com uma consulta pública.
O futuro da antiga Casa da Legião vai ser decidido através de consulta pública a partir de três seguintes possibilidades: A construção de uma nova praça, com a demolição do edificado e de um parque de estacionamento a uma cota inferior para cerca de 50 lugares; a reconstrução parcial do actual edificado com uso a definir e aberto a sugestões, incluindo também um parque de estacionamento para cerca de 30 a 40 lugares; e outra solução, outra alternativa, outra proposta que as pessoas queiram colocar.
O assunto marcou a última reunião da Câmara Municipal da Guarda, desta segunda-feira, 11 de Abril. No final dos trabalhos, o Presidente da autarquia disse que a terceira proposta surgiu “do diálogo na reunião de Câmara”.
Sérgio Costa adiantou que “é desta forma” que o actual executivo quer cada vez mais, governar, permitindo “que as pessoas possam dar a sua opinião, neste processo perfeitamente participativo”.
Defensor do diálogo adiantou que que propôs “uma terceira alternativa, uma terceira via”, uma proposta que acabaria por ser aprovada por unanimidade.
A consulta pública vai permitir “um processo participativo” e deixa claro que a proposta “não contempla, nem deixa de contemplar” a colecção que António Piné doou à Associação Nacional de Farmácias e que, de acordo com o anterior presidente da autarquia, estava assegurada para integrar o novo espaço.
Sérgio Costa explicou que “a proposta B, a reconstrução parcial do conjunto edificado com uso a definir e aberto a sugestões é que é um processo absolutamente democrático”. E acrescentou: “É que, a proposta B, não tem tabus. Nós fizemos questão de não colocar lá nenhum fim específico. Não vale a pena estarmos agora a gastar dinheiro em estudos prévios, ou lançar ideias para o ar, para a cabeça das pessoas, sem que as pessoas se pronunciem previamente”.
Para Sérgio Costa “a consulta pública “não contraria nem favorece qualquer uso”, é um processo “perfeitamente aberto e democrático para que as pessoas possam dar as suas opiniões”.
Recorde-se que o anterior executivo municipal, presidido por Carlos Chaves Monteiro, tinha adquirido o edifício, que está em ruínas há vários anos, com o objectivo de ali instalar a colecção de arte contemporânea de António Piné.
O vereador Carlos Chaves Monteiro disse que os vereadores do PSD votariam contra a proposta se apenas se mantivessem as duas primeiras possibilidades. Espera que a proposta vencedora contemple a criação de “um Guggenheim à medida da Guarda”, para cuja execução do projecto tinha sido contacto o arquitecto Souto Moura, de maneira a receber a colecção António Piné.
Luís Couto, vereador do PS, disse que “tem de se avaliar o que se deve fazer naquele espaço”, e lembrou que “a Casa da Legião não tem valor arquitectónico”, pois “está altamente degradada”.
Sérgio Costa disse que “é mentira que exista qualquer acordo na Câmara da Guarda, com a Associação Nacional de Farmácias” para a colocação da colecção de António Piné ou com qualquer arquitecto responsável pelo projecto de recuperação da antiga Casa da Legião.