Figura do trabalhador transfronteiriço integra plano de cooperação

Serviços de saúde partilhados, criação da figura do trabalhador transfronteiriço e de um documento único de circulação foram algumas das medidas anunciadas durante a 31ª Cimeira Luso-Espanhola, que decorreu na Guarda, no dia 10 de Outubro. Pedro Sánchez garantiu que a estratégia conjunta de recuperação económica para a região transfronteiriça “não é uma estratégia abstracta”. Explicou que esta estratégia “avança com um sistema de governação comum, com medidas concretas”, sendo “particularmente importante nos territórios raianos”. Acrescentou que Espanha está “muito expectante com este plano de recuperação, tal como está Portugal”.Pedro Sánchez considerou que a cimeira foi também importante para dar resposta à crise pandémica. Disse ainda que foram planeados “muitos outros âmbitos de cooperação, como o agroalimentar, territorial, cultural e o reforço do património comum que temos que é o linguístico”.António Costa quer que a região transfronteiriça “não seja um ponto de separação mas, pelo contrário, um ponto de união entre os nossos povos”. “Esta estratégia de desenvolvimento transfronteiriço é uma estratégia para desenvolvermos em conjunto nos próximos anos e que tem várias dimensões”, explicou o primeiro-ministro português. E explicou: “A primeira e mais importante tem a ver com o facilitar a vida das pessoas que vivem do lado de cá e do lado de lá da fronteira, através do estatuto do trabalhador transfronteiriço, através da disposição de um cartão de saúde que lhes permita serem tratados cá ou lá da fronteira”.A segunda dimensão fundamental é a de “cooperação entre os nossos serviços públicos”, nomeadamente aquilo que foi acordado para a rede 112, passando a responder na emergência “quem estiver em melhores condições de proximidade para o fazer”, quer seja uma ambulância espanhola, quer portuguesa.O desenvolvimento de projectos comuns “que devem ter a ambição de se colocar em acordo com as prioridades europeias”, em particular a nível da transição digital, foi outro dos pontos sublinhados por António Costa.A nível da educação e da protecção florestal, o plano passa por criar escolas bilingues e um Centro Ibérico de Investigação e Combate aos Incêndios Florestais.